Requião defende o ‘direito’ de Collor usar o Senado para dizer palavrões contra autoridades

roberto_requiao_11Chave de hospício – Habituado a vociferar palavras de baixo calão em público e patrocinar todo tipo de grosseria, o senador Roberto Requião (PMDB-PR), conhecido no Paraná pela alcunha de “Maria Louca”, solidarizou-se com o colega Fernando Collor de Mello (PTB-AL), duramente criticado por ter chamado o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de “filho da puta” durante discurso proferido na última semana na tribuna do Senado Federal. Requião considerou “hipócrita” o que considerou “censura” ao palavrão de Collor.

“Hipócrita esta censura ao palavrão do Collor. Falta de decoro é roubar o povo, privatizar o pré-sal, aumentar juros, por aí!”, escreveu Requião no microblog que mantém Twitter.

O argumento do senador paranaense não se sustenta, pois Collor, que teve semanas atrás apreendidos um Lamborghini Aventador (R$ 2,5 milhões), uma Ferrari 458 Italia (R$ 1,95 milhão) e um Porsche Panamera (R$ 730 mil), é justamente suspeito de “roubar o povo” ao apadrinhar operações lesivas à Petrobras, recebendo em troca gordos ‘pixulecos’ (R$ 26 milhões) para facilitar um negócio com a BR Distribuidora.

A mudança no sistema exploração do pré-sal, que vem sendo condenada histericamente por Requião, é considerada uma necessidade para sanear a Petrobras. A estatal, além de saqueada pela autêntica nuvem de gafanhotos representada pelos petistas e seus aliados, adotou um sistema de partilha considerado desastroso. Os resultados dessas políticas, que Requião quer preservar a qualquer custo, aparecem no último balanço da empresa que registrou, no segundo trimestre, uma catastrófica queda de 89,3% no lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado.

Não causa espanto o fato de Roberto Requião declarar apoio a Collor, já que ambos são donos de temperamentos explosivos, além de frequentarem o subsolo da má educação e da truculência comportamental. O perfil dos dois senadores da República é mais um retrato desalentador do Congresso Nacional, que, mesmo espelhando a realidade da sociedade brasileira, está muito aquém das necessidades de um país que há muitas décadas é considerado como sendo do futuro.

Fosse o Brasil um país minimamente sério e com autoridades responsáveis, Fernando Collor de Mello já estaria respondendo a um processo por quebra de decoro parlamentar, uma vez que é inadmissível que um senador da República comporte-se de forma chicaneira, não sem antes querer sufocar suas transgressões com discursos agressivos e palavrões desnecessários.

Enquanto esses pífios espetáculos tomam conta da cena política brasileira, a população continua dormindo em berço esplêndido, como se o Brasil fosse o País de Alice, aquele das maravilhas. Na verdade, o Brasil é mais uma republiqueta bananeira, como muitas espalhadas pelo planeta, que abre caminho para políticos ladrões e totalitaristas, como temos visto ao longo dos séculos.

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