Montadoras programam parada de 13,8 mil funcionários em agosto; número de parados vai a 18 mil

carro_07Freio puxado – Em agosto, as montadoras de veículos programam a parada de 13,8mil funcionários, dando sequência à série de medidas para reduzir a produção em meio à baixa nas vendas. As folgas ocorrerão nas fábricas da Fiat, em Betim (MG), Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo (SP), Chery, em Jacareí (SP), e Ford, em Camaçari (BA). Nas três últimas haverá interrupção total das linhas em parte do mês. No caso da Fiat, que tem 19 mil funcionários, a paralisação é parcial, 3 mil.

Nessas unidades da Fiat e da Ford são produzidos alguns dos carros mais vendidos do Brasil, como o Ka e o Palio. A Mercedes fabrica caminhões e ônibus no ABC paulista. A Chery monta apenas o Celer.

Contando com os trabalhadores de outras fábricas que continuam em férias coletivas ou em lay-off (contratos suspensos temporariamente), a indústria tem, ao menos, 18 mil funcionários parados.

Em junho passado, com a aproximação das férias escolares, esse número chegou a 35 mil. Atualmente, têm férias coletivas ou lay-off nas montadoras Volkswagen. Na GM de São José dos Campos (SP) foram anunciadas demissões no último sábado e os funcionários começaram uma greve que continuava até quinta-feira (13).

A montadora não divulgou o número de desligamentos, mas o sindicato local diz ter sido procurado por mais de 600 trabalhadores que diziam ter recebido o aviso de demissão. Na última segunda-feira, 798 operários que estavam em lay-off deveriam voltar ao trabalho, mas a greve foi iniciada nesse mesmo dia.

O sindicato de São Caetano informou, em julho, que cerca de 400 funcionários que também estavam em lay-off na unidade deverão ser demitidos. Outros 400 deverão ter a suspensão de contrato prorrogada, ainda segundo a entidade.

No fim de junho, o sindicato dos metalúrgicos de Catalão (MT) divulgou que a Mitsubishi demitiu 130 funcionários. A empresa não confirmou. No 1º semestre, a Mercedes desligou 160 trabalhadores em janeiro e mais 500 em maio. A GM demitiu 150 em São Caetano. E a Ford cortou 140 em Taubaté.

De acordo com dados da Anfavea, em julho as montadoras empregavam 135,7 mil pessoas no Brasil, contando as fabricantes de carros, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas e rodoviárias. São 1.172 a menos do que em junho. Trata-se do número mais baixo desde 2012, que é até quando vai a série com dados revisados da entidade. Em julho daquele ano, o setor tinha 19,6 mil trabalhadores.

Considerando fornecedores de autopeças, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) diz que a indústria de veículos automotores demitiu 6.661 funcionários no mês passado.

Há um mês, o governo federal lançou o Plano de Proteção ao Emprego (PPE), que propõe diminuir em até 30% as horas de trabalho, com redução proporcional do salário, apenas em empresas que estejam em dificuldades financeiras em caráter temporário.

Até a última quinta nenhuma montadora havia aderido. As regras do governo para as empresas aderirem ao plano incluem a aprovação em acordo coletivo específico, em que a empresa deverá comprovar situação de dificuldade econômico-financeira.

A medida é uma alternativa ao lay-off, com a diferença de que nessa modalidade o trabalhador não perde o vínculo de emprego. O período de validade não poderá ultrapassar um ano. (Danielle Cabral Távora)

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