Denúncia contra Cunha não pode servir de cortina de fumaça para o governo corrupto de Dilma

eduardo_cunha_17Jogo de cena – Esperada na quarta-feira (19) e prometida para esta quinta, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o peemedebista Eduardo Cunha (RJ), presidente da Câmara dos Deputados, dera ser muito mais grave e contundente do que as estimativas. Cunha será denunciado ao Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, crimes cometidos no âmbito do Petrolão, esquema de corrupção desmontado pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.

Não bastassem as acusações contra o parlamentar, a manifestação da PGR poderá vir acompanhada de um pedido de afastamento de Cunha do cargo de presidente da Casa legislativa, o que aumentaria a crise político-institucional que chacoalha o País. O pedido terá de ser autorizado pelo Supremo Tribunal Federal e terá caráter cautelar, o que significa que Eduardo Cunha ficará afastado da presidência da Câmara durante o trâmite do processo judicial na Corte suprema.

Há muito que Cunha e Dilma Rousseff travam uma batalha política marcada pela irresponsabilidade e pelos interesses pessoais, mas nesse campo de beligerância explícita a primeira queda tende a ser a do presidente da Câmara, que por certo usará de todas as armas e subterfúgios para manter-se no cargo.

Com o anúncio da denúncia contra parlamentares envolvidos no esquema de corrupção que sangrou os cofres da Petrobras, o foco do noticiário político nacional foi direcionado para o calvário de Eduardo Cunha, situação que patrocina certa dose de alívio ao Palácio do Planalto. Contudo, Dilma não pode ser beneficiada por mais um desdobramento da Operação Lava-Jato, uma vez que o Brasil é diuturnamente corroído por uma crise múltipla e sem precedentes.

Se por um lado as recentes e desesperadas manobras palacianas sucumbiram à força das manifestações populares do último domingo (16), quando o discurso foi uníssono e colocou Dilma e Lula no olho do furacão, o clima de incerteza que reina no Parlamento não poderá servir como cortina de fumaça para a lambança patrocinada pela presidente da República e seus asseclas de plantão. Isso porque o Brasil necessita com máxima urgência de uma solução, sem a qual o País tende a mergulhar em um processo irreversível de deterioração.

Os números da economia, que já revelam recessão técnica, o aumento do desemprego, a corrosão do salário do trabalhador e a resistência da inflação transformaram o Brasil em território de incertezas, as quais têm feito muitos cidadãos a desistir do País, rumando para destinos menos conturbados, quiçá melhores.

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