Às vésperas da sabatina de Janot, Collor chama procurador-geral de ‘fascista da pior extração’

fernando_collor_24Fogo cruzado – Nesta segunda-feira (24), faltando dois dias para a sabatina que poderá levar o chefe do Ministério Público Federal (MPF) a um novo mandato de dois anos, o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) chamou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de “fascista da pior extração”.

O senador alagoano ressaltou que não tem como questionar a denúncia de Janot contra ele por estar sob segredo de Justiça e que o único objetivo do chefe do MPF é “constranger” o Senado às vésperas da sabatina. “Trata-se de um fascista da pior extração, e cuja linhagem pode ser perfeitamente traduzida nas palavras de Plutarco: ‘Nada revela mais o caráter de um homem do que seu modo de se comportar do que quando detém um poder e uma autoridade sobre os outros. Essas duas prerrogativas despertam toda a paixão e revelam todo o vício’”, discursou ferozmente da tribuna.

Collor, que ainda chamou Janot de “sujeitinho à toa” e “figura tosca”, afirmou que o procurador-geral não é dotado da “conduta moral” que se exige para o cargo. Ele criticou o fato de a Procuradoria-Geral da República (PGR) não tê-lo ouvido antes de acusá-lo criminalmente.

O ex-presidente do Brasil repetiu que iria depor na próxima sexta-feira. “Essa prática dentro dos preceitos do Direito? Dos consagrados direitos da Justiça? Direitos individuais?”, questionou.

Para o senador, há um conluio da PGR com a mídia ao mencionar que a imprensa noticiou a acusação contra ele, mas, até o momento, seus advogados não tiveram acesso à denúncia. Ele afirmou que vazamento de informações é crime e que “ninguém absolutamente ninguém” está livre de ser vítima de condutas do que chamou de “grupelho” de Janot.

Ao apresentar um vídeo durante seu discurso, Collor disse que um procurador da República não teria apresentado ao chefe da Polícia Legislativa do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, um mandado de busca e apreensão contra ele. Por causa desse ato de força amparado em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), há três semanas Collor chegou a xingar Janot de “filho da puta”.

“Até quando vamos permitir estado policialesco que a Procuradoria-Geral tenta implantar?”, questionou ele, ao citar que, anteriormente, o próprio Janot já teve o entendimento, em parecer, de que a Polícia Legislativa pode, sim, acompanhar ações nas dependências da Casa, como seria o apartamento funcional do senador alvo da busca e apreensão.

“As imagens que aqui foram mostradas são a tradução fiel do que é hoje a política de conduta adotada pelo grupelho instalado pelo MP sob o comando de Rodrigo Janot. Que, como vimos, prevalece a arrogância, o despreparo, a prepotência, o abuso e a arbitrariedade. É assim que eles se sentem, detentores do poder absoluto, acima da lei e de qualquer instituição”, criticou. (Danielle Cabral Távora)

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