Olho da rua – Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua, cujos dados foram divulga dos nesta terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no segundo trimestre de 2015, encerrado em junho, a taxa de desemprego no Brasil atingiu 8,3%. Trata-se do maior patamar da série histórica iniciada em 2012, com forte crescimento da população em busca de uma colocação diante do cenário de economia em contração e inflação elevada.
Ainda segundo o Pnad, no trimestre em referência a população desocupada – cerca de 8,4 milhões de pessoas -, cresceu 5,3% frente ao trimestre imediatamente anterior. Na comparação com igual período do ano passado, o salto foi de 23,5%.
Nos três meses até maio, a taxa de desemprego tinha ficado em 8,1%. No primeiro trimestre do ano, ela foi de 7,9%. “Teve aumento da desocupação provocado por maior procura e a geração de postos de trabalho não alcança toda essa população procurando trabalho”, afirmou o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azevedo. “Há pressão forte sobre o mercado de trabalho, que é reflexo do cenário econômico. O cenário econômico não atende a demanda”, acrescentou.
A renda média real habitual recuou 0,5% no segundo trimestre na comparação com um ano antes, ficando em R$ 1.882,00.
Esses resultados reforçam a deterioração do mercado de trabalho observada desde o início de 2015, num ambiente de profunda fraqueza econômica e baixa confiança. Aos fatores econômicos, soma-se a grave crise política, que vem gerado insegurança entre consumidores e empresas.
Dados divulgados na última semana já vinham apontando que a trajetória do mercado de trabalho não deve melhorar tão cedo, contrariando as declarações ufanistas da presidente Dilma Rousseff.
A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, que leva em conta dados apurados apenas em seis regiões metropolitanas do País, mostrou que a taxa de desempregou saltou para 7,5% em julho, maior nível em mais de cinco anos, em consequência do aumento de quase 10% da população desocupada.
Conforme dados do Ministério do Trabalho, o Brasil fechou 157.905 vagas formais de trabalho em julho, pior resultado para julho da série histórica iniciada em 1992.
A despeito do fraco desempenho da economia, a resiliência do mercado de trabalho vinha sendo um dos trunfos do governo da petista Dilma, especialmente durante sua campanha à reeleição, em 2014. (Danielle Cabral Távora)