Fundos de Pensão: Postalis não é um “saco de pipocas”, reagiu indignada a deputada Carmen Zanotto

dinheiro_101Dinheiro fácil – “Não estamos falando aqui de um saco de pipocas, mas da compra de um terreno que deu um prejuízo milionário ao Postalis”. A frase é da deputada federal Carmen Zanotto (PPS-SC), ao criticar a declaração do presidente do fundo de pensão dos funcionários dos Correios (Postalis), Antônio Carlos Conquista, nesta terça-feira (25), na CPI dos Fundos de Pensão.

A reação da parlamentar foi depois de Conquista responder que não teve responsabilidade na transação considerada pela Justiça como suspeita por resultar em prejuízo ao Postalis na compra de um terreno em Cajamar (SP). A área foi adquirida por R$ 196 milhões, R$ 44 milhões a mais do que os cálculos iniciais que foram feitos sem a participação de um intermediário.

O presidente alegou ainda que a negociação estava em curso quando ele assumiu o cargo. Mas Carmen reforçou que ele contribui para “bater o martelo” da compra do terreno, que aconteceu em maio de 2012. “O senhor não pode vir aqui e ficar jogando a culpa apenas no diretor financeiro. Como é que o presidente de uma empresa não procura saber sobre essa transação. No mínimo, foi uma transação mal analisada pela presidência”, criticou a parlamentar.

Carmen Zanotto foi uma das autoras do requerimento de convocação de Antônio Conquista. Ele veio à comissão parlamentar para esclarecer o déficit de R$ 5,6 bilhões nas contas do fundo de pensão dos Correios. As suspeitas de irregularidades na administração do Postalis foram alvo de investigação na Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), vinculada ao Ministério da Previdência Social.

Durante o depoimento, o presidente do fundo de seguridade dos funcionários dos Correios, que é filiado ao Partido dos Trabalhadores, disse que é amigo do ex-tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, desde os tempos do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Ele também foi executivo na Petros (Fundo de Pensão da Petrobras), onde trabalhou entre 2003 e 2009, e na Geap (plano de saúde dos servidores públicos federais).

De acordo com Zanotto, as declarações de Antonio Conquista na comissão parlamentar de inquérito reforçam as suspeitas sobre as irregularidades nos dois fundos. “Pelo visto, o depoente tem muito mais a responder do que apenas por péssimas aplicações”, definiu.

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