STJ reconhece filha do ex-vice-presidente José Alencar, que abusou da covardia ao tratar do tema

jose_alencar_12Justiça feita – Falecido em 2011, José Alencar Gomes da Silva, ex-vice-presidente da República, por certo está a revirar no esquife. Isso porque o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu como sendo sua filha legítima a professora Rosemary de Morais, de 59 anos, moradora de Caratinga, no Vale do Rio Doce.

Na decisão, os ministros da 3ª Turma do STJ entenderam que a paternidade foi presumida após fracassadas tentativas que José Alencar se submetesse a exames de DNA. “A negativa do réu impediu que o juiz verificasse o acerto de sua defesa”, afirmou o ministro Moura Ribeiro, relator do processo, que corre em segredo de Justiça. A decisão foi confirmada por Vinícius Mattos Felício, advogado de Rosemary.

Há quase quinze anos a família de José Alencar, dona do grupo têxtil Coteminas, lutava na Justiça para tentar provar que a professora não era filha do ex-vice-presidente, que ocupou o cargo nos dois mandatos do agora lobista Lula. Na decisão foi aplicada a Súmula 301 do STJ, que destaca: “em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade”.

Na defesa, os advogados da família alegaram que provas apresentadas ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), cuja decisão foi idêntica ao do STJ, não tiveram importância reconhecida.

Antes de morrer, José Alencar mostrou a sua essência durante participação no programa do apresentador Jô Soares, na Rede Globo. O ex-vice-presidente, que lutava contra um câncer, ao ser questionado sobre o tema, disse que durante a juventude costumava frequentar lupanares do interior mineiro, sugerindo que a mãe de Rosemary de Morais poderia ser uma prostituta.

A postura deselegante, rasteira e covarde de José Alencar mereceu, à época, duro artigo do jornalista Ucho Haddad, editor do UCHO.INFO, que não poupou palavras para criticar alguém que costumava tratar as pessoas de forma seletiva e preconceituosa, até porque ao se acostumar a conviver com seus iguais não se importou com a própria pequenez. Não importa se a mãe de Rosemary era uma frequentadora de “casa de alterne”, pois a Alencar não cabia o direito de carimbar a vida de alguém por conta da ascendência.

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