PF confirma pagamento de propina a José Dirceu; esquema movimentou mais de R$ 59 milhões

jose_dirceu_48Caixa alta – Investigações no âmbito da Operação Lava-Jato indicam que o ex-ministro da Casa Civil do Governo Lula, José Dirceu de Oliveira e Silva, recebeu R$ 11,8 milhões em propinas do esquema de corrupção que durante uma década funcionou deliberadamente na Petrobras, com o conhecimento do Palácio do Planalto.

De acordo com a Polícia Federal, esse é o valor comprovado, porém os investigadores acreditam que Dirceu pode ter embolsado outros R$ 7 milhões provenientes de contratos firmados em sua área de influência na companhia.

Relatórios de investigação da PF também apontam que o esquema de corrupção atribuído ao petista movimentou mais de R$ 59 milhões propinas, podendo ultrapassar os R$ 84 milhões.

O ex-ministro recebeu mais do que o ex-diretor da Petrobras Renato Duque que, conforma as investigações, foi destinatário de R$ 7,6 milhões em propina enquanto esteve na Diretoria de Serviços.

Na terça-feira (1), Dirceu; João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT; Renato Duque, ex-diretor da Petrobras; e mais doze investigados foram indiciados criminalmente pela Polícia Federal no inquérito da Operação Pixuleco, uma das etapas da Lava-Jato.

A defesa do ex-ministro José Dirceu informou que ainda analisa a denúncia apresentada pela PF na terça-feira.

O criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso, que defende João Vaccari Neto, declarou que ainda não teve acesso ao relatório da PF, mas rechaçou o indiciamento do ex-tesoureiro do PT. “Eu não tive acesso aos elementos que fundamentam essa decisão de indiciamento. Mas, tendo as imputações que se identificam não há nada de diferente do que já temos conhecimento”, declarou o advogado.

D’Urso argumenta que as acusações contra Vaccari são baseadas apenas no relato de delatores que fizeram acordo com a força-tarefa da Operação Lava-Jato, em troca de redução de pena ou mesmo do perdão judicial.

O papel do advogado é, sim, tentar provar a inocência do cliente, mas beira o impossível querer convencer as autoridades da Lava-Jato de que Vaccari não tem qualquer relação com o Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história. (Danielle Cabral Távora)

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