Levy sabia do rebaixamento do Brasil, mas não avisou o governo, que só foi informado pela imprensa

(Marcelo Camargo - ABr)
(Marcelo Camargo – ABr)
Correndo por fora – O ainda ministro da Fazenda, Joaquim Levy, soube do rebaixamento do grau de investimento do Brasil no início da tarde da última quarta-feira (9), mas optou por não compartilhar a informação com a presidente Dilma Rousseff, comprovando a falta de coordenação no núcleo do governo mais corrupto e incompetente da história nacional.

A presidente da República e seus assessores mais próximos só souberam do “downgrade” no início da noite, quando várias agências de notícias começaram a divulgar a decisão da classificadora de riscos Standard & Poor’s (S&P).

O fato causou um enorme mal-estar no Palácio do Planalto, mas um dos argumentos usados por Levy para o sigilo seria não permitir vazamentos enquanto o mercado financeiro ainda estivesse em funcionamento, o que para muitos ministros não justificaria deixar a presidente da República desinformada.

Na verdade, Joaquim Levy conhecia a decisão da S&P desde a semana anterior, quando jantou com empresário em São Paulo, que lhe antecipou o fato que estava prestes a se tornar público.

O Planalto inclusive acredita que, caso o ministro da Fazenda tivesse avisado com antecedência, o governo teria a oportunidade de traçar uma estratégia para o caso de confirmação do rebaixamento, como, por exemplo, preparar outras notícias para se contrapor ao fato negativo.

Para piorar a situação, no dia do anúncio Levy enclausurou-se na sede do Ministério da Fazenda em São Paulo e, apesar de a presidente ter ordenado que ele falasse à imprensa, o ministro mandou que impedissem a entrada de profissionais de comunicação no edifício. Assim, os jornalistas não tiveram sucesso, mesmo depois de telefonaram para pedir ajuda ao Palácio do Planalto, que tentou liberar a entrada.

Joaquim Levy só divulgou nota oficial sobre o “downgrade” por volta de 22 horas, quando também concordou em conceder a entrevista ao “Jornal da Globo”. Apesar disso, a improvisação do ministro na entrevista foi considerada um desastre pelo governo.

Levy e sua equipe estão bastante descontentes com a condução da política econômica de Dilma Rousseff, já que a petista continua sem ter certeza sobre o tamanho dos cortes que necessita fazer no Orçamento do próximo ano, como forma de preencher o rombo inicialmente previsto na casa dos R$ 30,5 bilhões. A posição ortodoxa de Levy em relação a mais cortes, além de alguns impostos, continua enfrentando resistência no Palácio do Planalto.

É necessário destacar que o ministro e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, estavam demissionários na quarta-feira (2). Decidiram rever a decisão em suas cadeiras apenas após o presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, conversar com Dilma Rousseff, como antecipou o UCHO.INFO. Foi por essa razão que naquela data houve um jantar com empresários para recepcionar Levy em São Paulo.

Na ocasião, o ministro da Fazenda afirmou de maneira clara a todos os presentes ao encontro que tentará mais um pouco a implantação do ajuste fiscal, até por volta do fim do ano e, se não tiver sucesso, terá de sair. Essa declaração confirma notícia antecipada pelo site, que afirmou que Joaquim Levy aguarda um momento propício para deixar o desgoverno da petista Dilma. (Daniel Cabral Távora e Ucho Haddad)

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