Dilma diz que o momento é de “travessia”, mas juro do cartão chega a 350,79% ao ano

cartao_credito_05Hora da morte – Dilma Vana Rousseff, que corre o sério risco de ser ejetada da Presidência da República, continua insistindo no discurso que minimiza os efeitos da devastadora crise econômica, resultado das medidas equivocadas tomadas ao longo do primeiro mandato da petista. Enquanto Dilma reforça a tese de que o momento é de “travessia”, o mercado financeiro dá mostras de que o horizonte nacional é carrancudo e ameaçador. Isso porque o crédito ao consumidor, que já é caro, deve tornar-se mais inacessível depois do rebaixamento do grau de investimento do Brasil pela agência de classificação de riscos “Standard & Poor’s”.

De acordo com segundo levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), cujos resultados foram divulgados nesta segunda-feira (14), a taxa média de juros do cartão de crédito chegou a 350,79% ao ano. Ao mês, a taxa do cartão em agosto chegou a 13,37%, aumento de 0,34 ponto percentual em relação a julho.

No tocante ao cheque especial, a taxa média de juro ficou em 218,17% ao ano (10,14% ao mês), em agosto, alta de 0,04 ponto percentual na comparação com o mês anterior. A taxa média geral de juro para pessoa física registrou aumento de 0,08 ponto percentual entre julho e agosto, chegando a 128,78% ao ano – 7,14% ao mês. Além do cartão de crédito e cheque especial, a pesquisa analisou o crédito para financiamento de automóveis, empréstimo pessoal em bancos, crédito em financeiras e as taxas praticadas no comércio varejista.

Para pessoa jurídica, a taxa média geral de juro subiu 0,03 ponto percentual, ficando em 61,77% no mês de agosto – (4,09% ao mês). São consideradas as taxas para cheque especial, desconto de duplicatas e crédito para capital de giro. A maior das taxas é a do cheque especial, 6,99% ao mês.

A Anefac justificou que o aumento das taxas de juro resulta da instabilidade que domina o cenário econômico nacional, que por sua vez eleva o risco de inadimplência. “Este cenário se baseia no fato dos índices de inflação mais elevados, aumento de impostos e juros maiores reduzirem a renda das famílias. Agregado a isto o baixo crescimento econômico, o que deve promover no crescimento dos índices de desemprego”, ressalta a nota da entidade.

A associação destaca também que a elevação da Contribuição Social sobre o lucro líquido (CSLL) para bancos e instituições financeiras levará a novos aumentos nas taxas de juro. A medida do governo federal, que busca recursos de forma desesperada, eleva o tributo de 15% para 20% e entrou em vigor no início de setembro.

Isso significa que o consumo interno, que está em curva de queda contínua, deve piorar ainda mais com o encarecimento do crédito ao cidadão. Fruto da miopia que domina o governo de Dilma Rousseff quando o assunto é política econômica de um país mergulhado na crise.

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