Cartão vermelho – Na alça de mira de um iminente processo de impeachment, pressionada pela crescente necessidade de renúncia e teimando em permanecer no poder, a presidente Dilma Rousseff começa a perceber que são mínimas as chances do cenário atual ser revertido no curto prazo, se é que no longo prazo isso é possível.
Com as medidas de ajuste fiscal, conhecidas como “pacote de maldades”, causando estragos em todos os setores da sociedade, começando por políticos e empresários, a presidente terá de levar a cabo a promessa de reduzir o número de ministérios (são 39) e promover uma mudança no staff palaciano. Entre essas mudanças na sede do governo está a demissão de Aloizio Mercadante, atual chefe da Casa Civil, que na opinião de muitos mais atrapalha do que ajuda.
Outra medida necessária para que Dilma tente minimizar o estrago é encontrar um nome para assumir a coordenação política do governo, acéfala desde o momento em que o próprio Mercadante passou a comandar a fritura de Michel Temer, vice-presidente da República que assumira a espinhosa tarefa, mas pulou do barco antes do naufrágio do governo.
A ideia de Dilma para a Casa Civil é encontrar um técnico que, no cargo, não interfira na articulação política do governo, que passará ao comando do “companheiro” Ricardo Berzoini, que terá Giles Azevedo como seu imediato. Para quem não se recorda, Berzoini, atual ministro das Comunicações, foi o “malvado” responsável por enviar à fila de recadastramento da Previdência Social os idosos com mais de 80 anos.
Fora isso, o próximo articulador político do Palácio do Planalto tem em seu currículo uma conturbada passagem pela presidência da Cooperativa Habitacional dos Bancários do Estado de São Paulo, a polêmica Bancoop, que serviu de “escola” para o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso no vácuo da Operação Lava-Jato sob a acusação de envolvimento no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história.
Apenas para lembrar, a Bancoop, na presidência de Ricardo Berzoini, foi palco de um escândalo que lesou milhares de mutuários, pois o dinheiro pago para alimentar o sonho da casa própria foi parar no caixa da campanha presidencial do alarife Lula, em 2002. Mas esse episódio, que acabou na delegacia, é classificado pelos petistas como mais uma intriga patrocinada pela oposição e imprensa golpistas.
No âmbito da reforma administrativa, ao menos uma decisão já foi tomada, mesmo que não anunciada oficialmente. O Ministério da Pesca, que jamais funcionou como deveria, será extinto. Os assuntos relacionados à pesca industrial ficarão sob o comando do Ministério da Agricultura, ao passo que os da artesanal serão remetidos à pasta do Desenvolvimento Agrário. Isso significa que o truque do seguro defeso, denunciado de forma ostensiva pelo editor do UCHO.INFO, ficará sob a batuta do “companheiro” Patrus Ananias, camarada que engrossa a insana claque de Dilma. No momento em que a Polícia Federal colocar a mão no balaio do seguro defeso, a república cai e o PT desaparece.