Impeachment de Dilma: Roberto Freire diz que tarefa será árdua, mas está confiante na vitória

dilma_rousseff_544Pressão total – O jurista Miguel Miguel Reale Júnior, Maria Lúcia Bicudo, filha de Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, líderes e deputados da oposição e dissidentes da base aliada, acompanhados de representantes de movimentos populares responsáveis pelas manifestações de rua contra o partido, entregaram ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na manhã desta quinta-feira (17), o aditamento ao principal pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), participou do evento. “O passo está dado para que as oposições aqui no Parlamento se unam, endossem esse pedido, dando condições para que ele tramite e seja aprovado. Essa é a tarefa que nos espera”, adiantou.

A saída da presidente é o que a sociedade brasileira quer, diz Freire. “As pesquisas apontam isso e o nível de rejeição do governo se expressa nas manifestações espontâneas que levaram milhões às ruas, com um grau de indignação contra a roubalheira, contra os crimes cometidos, que mobilizou todas aquelas pessoas a se manifestar”.

Segundo Freire, a caracterização do crime de responsabilidade está comprovada no pedido de impeachment, conforme prevê a Constituição. “Tudo isso está consubstanciado nesse pedido. Não tenho dúvida de que para o bem do Brasil o impeachment se impõe”. Freire está ciente de que será uma luta árdua no Congresso. “Mas eu acredito que será vitoriosa”, aposta.

Reale Júnior

Miguel Reale Júnior afirmou que ele e Bicudo são “lutadores antigos em prol dos direitos humanos”. Ele lembrou a luta contra a ditadura. “Lutamos contra a ditadura dos fuzis e agora lutamos contra a ditadura da propina, que corrói a democracia por dentro”, salientou.

O objetivo que move Bicudo e Reale, afirmou o jurista em pronunciamento logo após a entrega do pedido de impeachment “é salvaguardar a democracia contra um golpe insidioso”.

Quanto às acusações dos governistas e de seus aliados de que a defesa do impeachment é golpismo, Reale Júnior esclareceu: “Não se trata de golpe. Golpe é o que o governo está fazendo com a população”. Ele e Bicudo, salientou, ouviram o clamor das ruas e por isso estão do lado dos movimentos que mobilizaram milhões de pessoas.

Hélio Bicudo

Maria Lúcia Bicudo, que representou o pai no evento, falou das pedaladas fiscais que devem levar à rejeição as contas de Dilma e da suplementação de orçamento por meio de decreto, sem passar pelo Congresso, o que, segundo ele, caracterizaria crime de responsabilidade.

“Precisamos deixar de lado a corrupção, as mentiras e caminharmos para o novo, junto com os jovens e seus movimentos nas ruas”, disse ela. “Temos que abrir esse caminho para eles para que o Brasil seja digno, íntegro, que não tenhamos mais essa falta de ética reinante há muito tempo”.

Movimentos de rua

Carla Zambeli, do NasRuas, que veio a Brasília para representar 43 movimentos sociais de todo o Brasil, destacou a “união simbólica com um homem que fundou o PT e que vai encerrar esse ciclo e acabar de uma vez por todas com a corrupção no nosso país”. O impeachment, disse, vai ser só o começo, o primeiro passo . Ela pediu que Eduardo Cunha que decida no “melhor momento”, que é, conforme afirmou, o mais rápido possível. “O Brasil não aguenta mais sangrar”.

Fernando Holiday, do Movimento Brasil Livre, cuja família, de origem nordestina, chegou a passar fome, chamou o ex-presidente Lula e a presidente Dilma de enganadores do povo pobre. “Fomos obrigados, durante 12 anos, a ouvir que eles nos livraram da fome, mas o que fizeram, na verdade foi enganar e roubar os pobres”.

Segundo Holiday, o pedido de impeachment fará justiça “aos crimes cometidos pelo governo de Dilma, à enganação e a todas as mentiras ditas”. Ele convocou os deputados a não ceder à covardia e ocupar um lugar digno na história votando a favor do impedimento.

Rogério Chequer, do Vem pra Rua, defendeu que nenhum brasileiro ou brasileira, nem mesmo a presidente, esteja acima da lei. “Vamos trilhar o caminho para um mundo no qual as pessoas devem ser responsabilizadas pelo que fazem”. Chequer disse que o pedido de impeachment é constitucional e republicano.

“Golpe é ter enganado o povo brasileiro e utilizar o dinheiro da população para fins próprios e fins políticos. Esperamos que, a partir desse pedido, o Brasil comece a mudar de forma mais acelerada. Por isso contamos já com centenas de deputados que estão a favor desta causa. Os que ainda não estão, que coloquem a mão na consciência, ocupem seu lugar na história, com a clareza e a visibilidade dos crimes de responsabilidade vocês podem entrar para a história como pessoas não éticas”. Esse tipo de gente não será aceita no futuro, disse.

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