Gleisi recebeu R$ 4,1 mi das empreiteiras que se reuniam na Casa Civil, o “Templo da Perdição”

gleisi_hoffmann_21Bolso cheio – A senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) recebeu R$ 4,195 milhões de quatro das cinco empreiteiras convidadas para uma reunião na Casa Civil, em 10 de abril de 2013, quando a petista chefiava a pasta, no primeiro governo Dilma Rousseff (PT), época em que o ministério era conhecido, informalmente em Brasília, como o “Templo da Perdição”. Essa arca abarrotada de dinheiro foi repassada a Gleisi nas campanhas de 2006, 2008, 2010 e 2014, conforme consta na prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral.

Gleisi voltou a despontar nas investigações da Operação Lava-Jato a partir de e-mails apreendidos pela Polícia Federal na sede da do grupo Odebrecht e nos equipamentos cibernéticos e de comunicação dos executivos do conglomerado empresarial. O nome da senadora aparece em uma troca de mensagens entre diretores da construtora homônima. Trata-se de um convite da Casa Civil para reunião da qual participariam representantes de outras quatro empresas investigadas na operação da Polícia Federal.

No dia do encontro de Gleisi com as empreiteiras, o assessor mais importante da ministra era Eduardo Gaievski, encarregado por Gleisi de cuidar das políticas do governo federal para crianças e adolescentes. Hoje, o “companheiro” Gaievski, também conhecido como o “Monstro da Casa Civil”, está condenado a mais de 100 anos de prisão por estupro de menores, podendo receber pena semelhante no rastro dos outros processos a que responde por pedofilia.

Além de um alto representante da Construtora Norberto Odebrecht, agora notória por envolvimento em escândalos de corrupção com o apoio do Palácio do Planalto, participaram da famosa reunião de Gleisi com os empreiteiros, na Casa Civil, os presidentes da Camargo Corrêa, OAS, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez – empresas investigadas na Operação Lava-Jato por suspeita de formação de cartel para concorrer a obras públicas no País, em especial na Petrobras, onde durante uma década funcionou o maior escândalo de corrupção da história, o Petrolão.

Na prestação de contas de 2014 (quando Gleisi se candidatou ao governo do Paraná e perdeu), a petista recebeu R$ 1,845 milhão de três empreiteiras: Queiroz Galvão (R$ 475 mil), Andrade Gutierrez (R$ 950) e Galvão Engenharia (R$ 420 mil). Em 2010, candidata ao Senado e eleita, Gleisi recebeu R$ 1,5 milhão – R$ 1 milhão da Camargo Corrêa e R$ 500 mil da OAS.

Em 2008, na campanha à prefeitura de Curitiba, Gleisi recebeu R$ 750 mil: R$ 500 mil da Camargo Corrêa e R$ 250 mil da OAB. Em 2006, candidata ao Senado, a petista recebeu R$ 100 mil da OAS. Das quatro campanhas, Gleisi perdeu três e saiu vitoriosa em apenas uma.

Em despachos e sentenças, o juiz federal Sergio Fernando Moro – responsável na primeira instância do Judiciário pelas ações decorrentes da Lava-Jato – os procuradores do Ministério Público Federal e os delatores da operação sustentam que as doações oficiais feitas nas últimas campanhas eram, na verdade, propinas de esquemas de corrupção na Petrobras e em outros órgãos federais.

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