Banco dos réus – Integrantes do PSDB na CPI do BNDES formularam nesta terça-feira (6) um novo requerimento para tentar convocar o ex-presidente Luiz Inácio da Silva. Um dos autores do novo pedido de oitiva do petista, o deputado Betinho Gomes (PE), afirma que as recentes informações reveladas pela revista Época, que mostram mais um capítulo do lobby de Lula a favor do Odebrecht, motivaram a nova estratégia.
Documentos mostram que Lula, o lobista de empreiteira, teria pedido ao ditador da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, com quem o petista sempre manteve boas relações, para que desse à Odebrecht a obra do aeroporto de Mongomeyen. O terminal aeroportuário atenderia à terra natal do ditador. É a evidência mais forte de que Lula, após deixar o Palácio Planalto, passou a atuar como lobista da Odebrecht.
“A CPI está diante de novos fatos, cuja investigação merece ser aprofundada. Não dá para apurar a suspeita de concessão irregulares de financiamentos do maior banco de fomento da América Latina, sem ouvir aquele que seria o maior beneficiário de esquema que usou o BNDES para irrigar com bilhões de dólares empreiteiras e países como a Guiné Equatorial que vive a quase quatro décadas uma ditadura”, justificou Betinho.
Luciano Coutinho
Os deputados do PSDB também propuseram, nesta terça-feira (6) a convocação do atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Ele já havia comparecido, no final de agosto no colegiado, mas a partir da aprovação de um de convite.
“Já havíamos alertado o presidente do Banco que ele poderia retornar à CPI, caso novas denúncias surgissem no curso das investigações. As informações estão aí, de forma farta na imprensa e nos órgãos de investigação que tratam do tema”, acrescentou o parlamentar pernambucano.
Na época em que esteve na comissão parlamentar de inquérito, Coutinho negou que Lula interferisse nas decisões da instituição financeira.
Nos bastidores
Independentemente do que diz Luciano Coutinho, que por questões obvias não incriminaria o ex-presidente, Lula sempre atuou para defender os interesse do grupo Odebrecht, que cada vez mais afunda na lama do Petrolão.
Uma das provas de que o petista sempre atuou em favor do grupo comandado por Marcelo Bahia Odebrecht, atualmente preso em Curitiba na esteira da Operação Lava-Jato, foi o golpe sujo e covarde que expropriou a Petroquímica Triufo, no Rio Grande do Sul, deixando na mão o empresário Boris Gorentzvaig, já falecido, e seus sucessores e herdeiros.
A ingerência de Lula em favor da Odebrecht permitiu ao grupo baiano, por meio da Braskem, deter o monopólio da indústria petroquímica nacional, como se no Brasil não existisse lei antitruste, entre tantas outras que proíbem a prática criminosa de concentração de negócios e setores econômicos.