Dúvida cruel – Depois de trocar o poder pelo cargo, a presidente Dilma Rousseff, que tornou-se refém do lobista Lula e do PMDB, está preocupada em barrar de qualquer forma um eventual processo de impeachment no Congresso Nacional. Tanto é assim, que a petista reuniu nesta semana, no Palácio do Planalto, os 31 ministros, encontro que foi acompanhado pelo vice Michel Temer.
O recado de Dilma aos seus ministros é que todos devem ampliar o diálogo com o Parlamento e evitar a abertura de um processo de impedimento, que poderia reforçar ainda mais a crise política que sacode a sede do governo.
Dona de temperamento forte e explosivo, mas obrigada a moderar o discurso por conta da crise, Dilma não apenas deu seu recado, mas ouviu dos ministros que é preciso cumprir o que foi combinado anteriormente com os políticos.
Por ocasião das primeiras negociações no âmbito do pacote de ajuste fiscal, comandadas por Michel Temer, o governo concordou em liberar as emendas parlamentares, assim como anunciou a distribuição de cargos na estrutura federal, em especial nos estados. O que ainda não foi cumprido pela presidente.
Considerando que as tais promessas continuam paradas e que a reforma ministerial não surtiu os efeitos desejados, Dilma terá sérios problemas no Congresso Nacional, que adiou para novembro a análise dos seis vetos presidenciais restantes (outros 26 foram mantidos), que integram a chamada “pauta-bomba”. Como a ordem no governo é cortar gastos, não será surpresa se os parlamentares decidirem derrubar alguns vetos como forma de mandar mais um recado do governo.
No caso de Dilma insistir em não cumprir o que foi prometido, a base aliada deve sofrer novas e importantes baixas, movimento que colocaria o governo no fio da navalha. Para piorar o cenário, partidos que até recentemente apoiavam o governo resolveram se rebelar depois da reforma ministerial, que contemplou apenas o PMDB.
Na Câmara dos Deputados, por exemplo, onde o líder do PMDB, Leonardo Picciani, faturou alto na nova composição ministerial, a situação é ainda pior. Isso porque o partido foi abandonado por outras legendas, que já se organizaram em novo bloco, com direito a ameaças veladas ao Palácio do Planalto.
Para continuar no cargo, como pretende, a presidente terá de atender aos anseios dos parlamentares aliados (sic), medida que turbinaria a crise econômica e comprometeria o programa de ajuste fiscal. De tal modo, Dilma precisa decidir se escapa do impeachment e arruína a economia nacional, ou, então, segue para o sacrifício político e minimiza a carestia dos brasileiros. Tomando por base que política é negócio e que o poder embriaga, a população que se prepare, pois a vaidade política de Dilma há de piorar o que já é ruim.