Na noite de domingo (11), os grupos políticos “Movimento São Paulo” e “Vanguarda e Força São Paulo”, que faziam parte da base aliada de Carlos Miguel Aidar e só romperam publicamente com o presidente após o anúncio da renúncia, se uniram e compuseram aliança para lançar um candidato à presidência, informa o UOL Esportes. É possível que o grupo Participação, principal da base de Aidar, também entre na aliança.
A composição dos ex-aliados do atual presidente tricolor muda o cenário político do São Paulo FC e faz com que o presidente do conselho deliberativo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, que até domingo era visto como candidato único e próximo presidente do São Paulo até abril de 2017, agora tenha um adversário.
Os grupos “Movimento São Paulo” e “Vanguarda e Força São Paulo”, juntos, têm aproximadamente 60 dos 240 conselheiros do clube. Se houver apoio do grupo “Participação”, o número deve subir para cerca de 80.
Porém, ainda pouco se fala no nome do candidato que será lançado pela aliança, que foi batizada de “Governabilidade”. Alguns defendem nomes jovens, como o ex-diretor de relações internacionais Eduardo Alfano, líder do “Força São Paulo”, e outros pedem veteranos como o ex-presidente Paulo Amaral, que virou desafeto de Rogério Ceni ao contestar em 2001 uma proposta do Arsenal, da Inglaterra, que o jogador teria recebido.
O “Movimento São Paulo” é o grupo do ex-vice-presidente de marketing Douglas Schwartzmann, destacado por Aidar em suposta gravação feita pelo ex-vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, como o “cabeça de uma operação fraudulenta” no caso da comissão no contrato da Under Armour.
Ainda lidera o grupo o ex-vice-presidente social Antônio Donizeti Gonçalves, o Dedé. O MSP anunciou ruptura com Aidar logo após o anúncio da renúncia. O “Vanguarda” é o grupo do ex-presidente José Augusto Bastos Neto e do vice-presidente do conselho deliberativo Marcelo Pupo. Já o “Força São Paulo”, liderado pelo ex-diretor de relações internacionais Eduardo Alfano e pelo ex-diretor de relações institucionais Dorival Decoussau, é composto por dissidentes do “Clube da Fé”, grupo de Marco Aurélio Cunha, que fez oposição a Aidar na última eleição.
O grupo “Participação” tinha oito cargos na diretoria de Aidar. Fazem parte do grupo o ex-vice-presidente geral Julio Casares, o ex-vice-presidente financeiro Osvaldo Vieira de Abreu, o ex-diretor administrativo José Alberto Rodrigues dos Santos, o ex-diretor de comunicações Ricardo Granja, o ex-diretor da ouvidoria Antônio Luiz Belardo, o ex-diretor de futebol amador Luiz Antonio da Cunha, o ex-diretor de planejamento Marcos Francisco de Almeida e o ex-diretor de infraestrutura Mario Jorge Ramon Quezada. Todos eles faziam parte da diretoria até a última terça-feira (6), quando alguns dirigentes começaram a entregar cargos, movimento que resultou no pedido de Aidar de demissão coletiva.
Após a oficialização da renúncia, Leco assume temporariamente por ser presidente do conselho deliberativo, e tem até 30 dias para convocar nova eleição. Ele é apoiado principalmente pelo grupo Legião, de Ataíde Gil Guerreiro, pelo Clube da Fé, de Marco Aurélio Cunha, e aliados mais próximos do ex-presidente Juvenal Juvêncio. (Danielle Cabral Távora)