Unimed Paulistana: clientes reclamam de dificuldades, redução dos serviços e aumento de valores

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Cerca de quinze dias após o anúncio de que 150 mil beneficiários da Unimed Paulistana serão transferidos para três operadoras do Sistema Unimed, clientes reclamam do andamento do processo e da falta de informações durante a migração.

De acordo com a Unimed Paulistana, 94 mil já migraram para outros convênios enquanto 500 mil beneficiários continuam tendo assistência da operadora.

Cliente da Unimed Paulistana há quinze anos, a publicitária Cristina Spada, 36, está entre os 155,3 mil beneficiários que serão recebidos pela Unimed Fesp, Unimed Seguros ou pela Central Nacional Unimed, mas não ficou satisfeita. “Eu vou ser obrigada a migrar, mas o que estão oferecendo é muito inferior ao que eu tinha. Pagava R$ 350 e vou pagar R$ 100 a mais, mas com um terço a menos do atendimento anterior. Vou aceitar, porque não vou ter carência”.

Cristina declarou que ela e a filha de 5 anos são usuárias do plano e ela optou pela Unimed Fesp. “A minha sorte é que não estou precisando do plano agora, mas não quero mudar. Se eu mudar, fica R$ 680 para mim e para minha filha”.

Na época da assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Sistema Unimed, a Agência Nacional de Saúde (ANS), Procon e os Ministérios Públicos Federal e Estadual, foi informado que as três operadoras teriam 20 dias para enviar informações sobre os planos para os clientes.

Uma engenheira de 40 anos, que não quis se identificar, conta que tem um plano empresarial e ainda não tem informações sobre o plano futuro. “A dificuldade maior é em relação às informações, canais para tirar dúvidas. Recebi um contrato com aumento de 21% no valor que eu pago, mas não tenho informações sobre a rede credenciada”.

A Unimed Paulistana informou em nota que ainda está com 500 mil beneficiários e presta assistência aos clientes que têm dúvidas por meio de canais de comunicação.

Segundo informação divulgada na terça-feira (13), em reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Planos de Saúde na Câmara Municipal de São Paulo, o relatório parcial de uma auditoria feita a pedido da atual diretoria da Unimed Paulistana constatou irregularidades da gestão anterior. O documento diz que foram constatadas “inconsistências nos faturamentos, dívidas”, além de “quase R$ 100 milhões de impostos atrasados”.

Paulo José Leme de Barros, ex-diretor presidente da Unimed Paulistana, diz que a antiga diretoria trabalhou para reerguer a operadora e, “se houve erros, eles foram administrativos”. Ele afirma que não teve acesso aos resultados da auditoria. “Solicitei por escrito e tive como resposta que só teria (acesso) mediante processo judicial”.

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