Contas na Suíça: STF autoriza inquérito contra Cunha; documentos complicam situação de deputado

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Na noite de quinta-feira (15), o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelas ações decorrentes da Operação Lava-Jato, autorizou abertura de novo inquérito contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A decisão foi tomada após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar uma nova denúncia ao STF contra o peemedebista devido à existência de contas em nome de Cunha e de familiares na Suíça, apontada por autoridades do país europeu.

A primeira denúncia contra o deputado aconteceu em agosto, quando o procurador-geral acusou o parlamentar de receber pelo menos US$ 5 milhões em propinas do esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Lava-Jato. Desde então, surgiram outras denúncias contra Eduardo Cunha, o que vem comprometendo a permanência do peemedebista no comando da Câmara dos Deputados.

O Ministério Público suíço enviou ao Brasil uma investigação por corrupção e lavagem de dinheiro contra o presidente da Câmara, com base nas contas bancárias do parlamentar e seus familiares naquele país.

Sem saída

Cópias do passaporte, da assinatura e de dados pessoais de Cunha enviados pelas autoridades da Suíça à Procuradoria Geral da República (PGR) comprovam contas bancárias secretas do deputado, da mulher e da filha dele no país europeu.

Além da reprodução dos documentos pessoais, os 35 arquivos enviados pela Suíça mostram que o peemedebista mantinha uma conta bancária nos Estados Unidos desde 1991 no banco Merryll Lynch (atual Julius Baer). É importante destacar que em depoimento voluntário, neste ano, à Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, o deputado negou ter contas no exterior.

Essas provas confirmam não apenas que Eduardo Cunha mantinha conta bancária no exterior há mais de duas décadas, mas que o peemedebista operava com desenvoltura no submundo da política desde a era de Fernando Collor de Mello, quando ocupou a presidência da Telerj. Carregador de malas de Paulo César Farias, o PC, Cunha ganhou a presidência da empresa telefônica do Rio de Janeiro como prêmio por seu bom comportamento (sic) durante a campanha do outrora caçador de marajás.

Nesta semana, o PSOL e a Rede pediram a cassação de Cunha ao Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar após a procuradoria confirmar, em resposta a questionamento do PSOL, que o deputado tem contas na Suíça e que os recursos dessas contas foram bloqueados pelas autoridades suíças.

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