Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero está sendo investigado pelo FBI e não pode sair do Brasil. Desta forma, caminha para deixar a cúpula da FIFA, uma vez que não poderá participar dos eventos internacionais da entidade máxima do futebol planetário. A decisão já foi tomada pela alta cúpula da Conmebol e deve ser anunciada oficialmente no dia 26 de novembro, em uma reunião da entidade no Rio de Janeiro.
O dirigente, contudo, manterá seu cargo na entidade nacional e um novo nome será escolhido entre os cartolas brasileiros para substituir Del Nero na FIFA.
A CBF ainda não emitiu uma posição oficial, mas segundo informações do jornal “O Estado de S. Paulo” a alta direção do futebol sul-americano afirmou que o acerto foi fechado com o próprio Del Nero, o comando da FIFA e da Conmebol. Teria sido o brasileiro quem buscou um acordo, diante das constantes ausências, desde maio, nos eventos da FIFA.
Del Nero é um dos três representantes sul-americanos no Comitê Executivo da FIFA, uma espécie de governo mundial do futebol. Ele também é o vice-presidente do Comitê que organiza a Copa de 2018, presidente do Comitê de Futebol Olímpico e presidente do segmento da FIFA sobre Beach Soccer.
O dirigente da CBF ganhava US$ 200 mil por ano e assumiu o cargo em 2012, quando Ricardo Teixeira, ex-presidente da entidade, deixou a Confederação. Contudo, quando José Maria Marin foi preso em Zurique no dia 27 de maio deste ano, Del Nero deixou a Suíça em direção ao Brasil.
Del Nero é investigado pelo FBI, no mesmo caso que envolve Marin relativo ao recebimento de supostos subornos para a Copa do Brasil. Ele não acompanha a seleção em jogos no exterior e nem mesmo em eventos oficiais da Copa de 2018.
O dirigente da CBF já perdeu três reuniões seguidas da FIFA e, na terça-feira (20), estará mais uma vez ausente da entidade futebolística, em Zurique. Fontes de alto escalão confirmaram que a opção por sua substituição foi tomada depois que os dirigentes receberam alertas de que Del Nero poderia ser processado pelo Comitê de Ética, o que implicaria em eventual punição que também afetaria seu cargo no Brasil.
A Conmebol afirma que a vaga no Comitê Executivo da FIFA continua sendo reservada para o Brasil e que, nos bastidores, a CBF já busca um nome. Dos dez membros da entidade continental, sete já estariam de acordo em dar o voto para um novo nome brasileiro.
Contudo, dirigentes uruguaios tentaram impedir o acordo, insistindo que não deveria haver a necessidade de uma vaga permanente para o Brasil. Os argentinos, que por décadas foram representados por Julio Grondona na FIFA, também estariam dispostos a buscar uma vaga.
Com o apoio de Paraguai e outras federações nacionais, entretanto, o Brasil poderia manter sua vaga. O novo representante passaria a atuar na FIFA a partir de dezembro, quando a entidade se reúne em Zurique para aprovar as reformas e preparar a eleição presidencial de fevereiro do ano que vem.
Desde os anos 70 o Brasil mantém um representante no alto comando da FIFA, seja na presidência ou no Comitê Executivo.