Em nova delação, Baiano revela que Collor pressionou BR Distribuidora por compra de R$ 1 bilhão em álcool

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O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, acusado de ser o operador de propinas de parte do PMDB no escândalo do Petrolão, declarou, em nova delação, que em 2012 o então diretor financeiro da BR Distribuidora, Nestor Cerveró, revelou suposta pressão feita pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) na subsidiária da estatal petrolífera.

De acordo com Baiano, o ex-executivo da Petrobras falou sobre “negociações envolvendo políticos, em que o tom, o contexto e as circunstâncias sugeriam tratar-se de negócios ilícitos”.

“Se recorda de Nestor Cerveró ter comentado sobre uma negociação em que o senador Fernando Collor estaria pressionando para a BR Distribuidora adquirir uma quantidade enorme de álcool de uma safra futura, perante usinas indicadas pelo parlamentar, o que pareceu estranho ao depoente e a Nestor Cerveró, até mesmo pelo valor, que girava em torno de R$ 1 bilhão”, destacou Baiano.

O senador alagoano e ex-presidente do Brasil, Fernando Collor, que negou a acusação de Baiano, já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção e lavagem de dinheiro. As investigações apontam que Collor recebeu R$ 26 milhões em propina entre 2010 e 2014 por um contrato de troca de bandeira de postos de combustível assinado pela BR Distribuidora e por outros contratos da estatal com a UTC Engenharia, um dos principais alvos da Operação Lava-Jato.

A denúncia detalha o esquema de lavagem de dinheiro usado por Collor, com a compra de carros de luxo, além de delações que apontam entrega de dinheiro em mãos ao político.

Subordinado do doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava-Jato, Rafael Ângulo relatou ter dado pessoalmente R$ 60 mil a Collor em um apartamento do parlamentar na cidade de São Paulo.

A Polícia Federal ainda obteve a confirmação de oito comprovantes de depósito em nome do senador, mencionados em delação por Youssef. O doleiro disse ter feito “vários depósitos” a Collor, no valor de R$ 50 mil.

Em nota distribuída à imprensa, a assessoria de Fernando Collor rebateu a delação de Baiano e nega “enfaticamente ter exercido qualquer ingerência – muito menos pressão – sobre a Petrobrás ou sua subsidiária BR Distribuidora”.

“O senador não se dignará a responder a especulações infundadas de delator a partir do que supostamente ouviu dizer de terceira pessoa, e que não apontam concretamente qualquer fato específico, nem lhe atribuem prática de qualquer ilegalidade”, destaca a nota divulgada pela assessoria de Collor.

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