CPI da Petrobras: Kroll pode ter de devolver valor pago para identificação de contas suspeitas

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Deputada federal pelo capítulo maranhense do recém criado Rede Sustentabilidade, Eliziane Gama informou na última semana que entrará com representação na Procuradoria-Geral da República para que a empresa norte-americana Kroll Associates faça o ressarcimento do valor pago pela CPI da Petrobras.

De acordo com a parlamentar, a comissão gastou R$ 1,1 milhão para contratar a Kroll, porém recebeu um trabalho que mereceu apenas menção de duas páginas no relatório final. A empresa de consultoria de riscos, que tem filial no Brasil e atua principalmente no setor de investigações e bisbilhotagem, foi contrata para identificar contas bancárias suspeitas e repasses financeiros ilegais feitos no exterior e investigados na Operação Lava-Jato, que interrompeu o maior escândalo de corrupção da história, o Petrolão.

“Estamos entrando com uma representação na Procuradoria-Geral da República para pedir o ressarcimento desse valor, porque não podemos admitir que o dinheiro do poder público seja gasto da forma como foi”, disse.

E completou: “A própria Kroll chegou a suspender esse contrato, sabe-se lá por quais razões. Eu, pelo menos, não fiquei nenhum um pouco convencida das razões que foram apresentadas para a suspensão”.

Relatório final

Na avaliação da deputada maranhense, o relatório final da CPI não reflete o tamanho do escândalo de corrupção da Petrobras, que há muito chegou à casa das dezenas de bilhões de reais. Eliziane acredita que houve blindagem a políticos na CPI da Petrobras, uma vez que muitos integrantes da comissão são filiados a partidos citados largamente no esquema criminoso.

“Nós tivemos um relatório pífio e incompatível, um relatório que nos leva, infelizmente, àquilo que está no inconsciente popular: toda CPI acaba em pizza. Deixamos, por exemplo, de ouvir o Paulo Okamoto, o Palocci. Quando passamos a ter elementos, como as famosas contas na Suíça, a CPI para. Ou seja, a CPI não cumpriu o seu o papel”, lamentou.

Eliziane cumprimentou o trabalho feito pelos sub-relatores, que na sua avaliação diminuíram os impactos no relatório final, mas criticou o relator da CPI por não ter feito os indiciamentos e as recomendações necessárias.

“Quero deixar aqui registrado o meu descontentamento e a minha frustração por todo o trabalho que foi feito. Nós poderíamos ter tido um relatório conclusivo. Fica o meu protesto contra esse relatório na CPI da Petrobras”, concluiu.

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