Dilma Vana Rousseff, que sempre desdenhou os caminhoneiros, agora está sem dormir por conta de uma ameça de paralisação da categoria em todo o País, algo que pode se concretizar na próxima segunda-feira, 9 de novembro, sem data para acabar.
A presidente da República, que teme o impacto da paralisação na descontrolada cise econômica, ordenou a assessores que monitorem o movimento e dialoguem com as lideranças da categoria. A preocupação da chefe do Executivo recai principalmente sobre a possibilidade de desabastecimento.
Ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, o petista Ricardo Berzoini já conversou com alguns líderes dos caminhoneiros e foi informado que o plano de paralisação está sob o comando de grupos independentes, o que, na opinião dos palaciano, enfraquece o movimento, mas que na verdade dificulta eventuais negociações.
Titular da Justiça, o também petista José Eduardo Martins Cardozo também integra o grupo palaciano que trata do tema. Cardozo, que responde pela Polícia Rodoviária Federal, está empenhado, juntamente com outors integrantes do grupo, na busca de uma estratégia para esvaziar a greve dos caminhoneiros.
A última manifestação dos caminhoneiros, realizada em abril passado, durou cinco dias, provocou bloqueios em várias rodovias e comprometeu o abastecimento em várias cidades do País. À época, o movimento se desfez na esteira de promessas do governo, que prometeu aos caminhoneiros intermediar uma negociação com os contratantes de frete para a elaboração de uma tabela de preços de referência.
Agora, sem cumprir muitas promessas, Dilma quer que o movimento seja monitorado de perto. No final de outubro, o Comando Nacional do Transporte, grupo de caminhoneiros que atua sem a tutela dos sindicatos, divulgou nota nas redes sociais prometendo greve geral para o dia 9 de novembro.
A preocupação do governo aumentou depois que os caminhoneiros independentes informaram à sociedade que movimentos que defendem o impeachment de Dilma Rousseff – “Vem Pra Rua”, “Revoltados Online” e “Movimento Brasil Livre” (MBL) – apoiam a paralisação dos desbravadores das estradas nacionais.
O apoio dos movimentos pró-impeachment acendeu a luz vermelha no Palácio do Planalto, pois isso pode culminar com uma agenda política negativa e rumorosa no momento em que perde força no Congresso Nacional a tentativa de abertura de processo de impedimento da petista.
Os caminhoneiros do Comando Nacional do Transporte cobram a redução do preço do óleo diesel, a criação de tabela de frete mínimo, salário unificado em todo o País, liberação de crédito no valor de R$ 50 mil e com taxas de juro subsidiadas para transportadores autônomos, ajuda do governo para refinanciar dívidas decorrentes da compra de caminhões e anulação das multas lavradas durante a última paralisação.