Metrojet: Airbus que caiu na Península do Sinai, no Egito, registrou “sons incomuns” a bordo

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Sons incomuns foram ouvidos a bordo do avião russo que caiu no Egito no último final de semana, informou na terça-feira (3) a agência de notícias russa Interfax, citando uma pessoa próxima à investigação no Cairo.

“Antes do desaparecimento do avião dos radares, foram registrados sons que não são característicos de um voo normal”, disse a pessoa citada pela agência. Pouco antes teria sido ouvida uma conversa normal entre pilotos e controladores de voo, sem indícios de irregularidades.

Investigadores egípcios começaram na terça-feira a analisar as duas caixas-pretas do Airbus A321 da empresa Kogalymavia, que caiu na Península do Sinai no último sábado, causando a morte de todas as 224 pessoas que estavam a bordo. O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, disse que a análise deve levar muito tempo.

Reivindicação é “propaganda”

Sisi chamou de “propaganda” a reivindicação feita por um grupo ligado ao autoproclamado “Estado Islâmico”, que afirmou ter abatido o avião russo.

“Quando há a propaganda de que caiu por causa do ‘Estado Islâmico’ é uma forma de prejudicar a estabilidade e segurança do Egito, e a imagem do país”, disse Sisi à emissora BBC. A segurança na Península do Sinai está “totalmente sob controle”, reiterou.

Um grupo radical egípcio sediado no Sinai e aliado do “Estado Islâmico” reivindicou responsabilidade pela queda do avião, dizendo tê-lo derrubado em resposta à intervenção militar russa na Síria.

O Ministério de Aviação Civil do Egito informou na terça-feira que não há fatos para fundamentar afirmações feitas por autoridades russas de que a aeronave se partiu no ar. O porta-voz Mohamed Rahmi confirmou que não houve pedido de socorro antes da queda, que deixou espalhados por mais de 3 quilômetros os destroços do Airbus 321 da Metrojet, nome comercial da empresa Kogalymavia.

“Este pode ser um longo processo, e não podemos falar sobre os resultados enquanto continuamos”, disse Rahmi.

No entanto, o não recebimento de um pedido de socorro e o fato de os destroços estarem espalhados por uma grande área sugerem, para muitos especialistas, uma queda abrupta. Teorias variam de um ataque a míssil a falhas estruturais.

Flash no céu

Um satélite militar americano detectou um “flash” no céu no momento do incidente com o avião, mas, de acordo com o canal de notícias CNN, uma análise da inteligência norte-americana descartou que esse clarão teria sido provocado por um míssil atingindo a aeronave.

Nesta terça-feira, a Rússia continuou a transportar para São Petersburgo corpos de vítimas da tragédia. “Faremos esse trabalho todos os dias, até que todos os mortos e seus pertences tenham sido trazidos de volta”, disse o vice-presidente da Agência Russa de Proteção Civil, Vladimir Stepanov.

Até o momento, 140 corpos e mais de 100 partes de corpos foram transportados para São Petersburgo em dois aviões do governo russo. Os primeiros dez corpos foram identificados pelas famílias das vítimas nesta terça-feira. A maioria dos passageiros a bordo do Airbus eram russos que voltavam para casa após férias no Egito. (Com agências internacionais)

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