Após novas acusações contra a Volkswagen no escândalo envolvendo a manipulação de emissões de poluentes, a subsidiária Porsche suspendeu a venda dos modelos Cayenne 2014, 2015 e 2016 com motor a diesel nos Estados Unidos, disse um porta-voz da empresa alemã nesta quarta-feira (4). Trata-se de uma medida preventiva, afirmou.
Assim como a Volkswagen, a Porsche não admitiu até o momento a manipulação de modelos de luxo a diesel , como acusou a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) na segunda-feira. O porta-voz da Porsche afirmou que as acusações ainda precisam ser provadas, as quais incluem os Porsche Cayenne, entre outros modelos esportivos e SUV, também da Audi e da própria Volkswagen.
Até então, o escândalo de manipulação que estourou em setembro envolvia apenas motores pequenos, que não são usados pela Porsche. A subsidiária se disse surpresa com a nova acusação e disposta a cooperar com a EPA.
Desde o início de 2015, a Porsche forneceu cerca de 12 mil Cayennes aos EUA, cerca de 3 mil deles com motor a diesel. Incluindo outros modelos, cerca de 40 mil veículos da Porsche foram vendidos nos EUA neste ano. A Audi ainda não disse se vai suspender as vendas de seus SUVs a diesel.
Reflexos na Bolsa
Na manhã desta quarta-feira, as ações da Volkswagen perderam mais de 9% de seu valor na Bolsa de Frankfurt. A queda é reflexo das revelações dos últimos dois dias.
Após a denúncia sobre fraudes em motores a diesel de modelos de luxo do grupo Volkswagen, a montadora anunciou nesta terça-feira que uma apuração interna detectou irregularidades “inexplicáveis” nas emissões de dióxido de carbono em 800 mil automóveis fabricados pela montadora, inclusive em modelos com motores a gasolina.
As ações de outras duas montadoras alemãs, BMW e Daimler, também foram afetadas nesta quarta-feira, assim como as da fabricante de peças automobilísticas Continental. A queda nas ações da Volks puxou o índice Dax para baixo em 0,15%. (Com agências internacionais)