Ainda é cedo para afirmar que a Operação Zelotes, que investiga fraude e corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), sofreu um revés, mas essa hipótese não deve ser de chofre descartada. Nesta quarta-feira (4), o presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Artur Medeiros Ribeiro Filho, ordenou a substituição da magistrada que conduzia o caso, pela juíza substituta Célia Regina Orly Bernardes.
Assume a supervisão da operação o juiz Vallisney Souza de Oliveira, titular da 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal, que até então atuava como auxiliar no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Com o término do período no STJ, Valliesney reassumiu a 10ª Vara Federal do DF, responsável pela Operação Zelotes. Segundo o TFR-1, Vallisney Oliveira também assumiu nesta quarta a condução da operação.
De igual modo, a juíza Célia Regina voltou à vara de origem, a 21ª da Justiça Federal no DF. Os despachos com as “providências administrativas”, determinadas pelo presidente do TRF-1, serão publicados na quinta-feira, de acordo com informações da assessoria do tribunal.
Em nota, o TRF-1 informou “não ter conhecimento acerca de qualquer pedido formulado pelo MP para que a juíza Célia Regina permaneça à frente do caso Zelotes”.
A juíza ganhou notoriedade no final do mês de outubro, quando autorizou a prisão de lobistas envolvidos no escândalo do CARF e também uma busca e apreensão no escritório de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente da República, Luiz Inácio da Silva, agora um conhecido lobista de empreiteira.
Considerando que no Brasil nada acontece por acaso e por aqui ainda prevalece a teoria esdrúxula do “você sabe com quem está falando”, não causará surpresa se a Operação Zelotes sofrer um reviravolta por causa de novas determinações da Justiça, até porque a partir de agora a condução do caso está sob a responsabilidade de outro magistrado, não mais sob a batuta da juíza Célia Regina Orly Bernardes, que rapidamente tornou-se conhecida como o “Sérgio Moro de saias”. Sem contar que na Justiça Federal as indicações e promoções passam pelo Palácio do Planalto.
Da mesma forma não causará espanto se os advogados do filho de Lula conseguirem anular, na Justiça, a ação realizada no escritório de Luís Cláudio, anulando as provas. É importante destacar que as operações Castelo de Areia e Satiagraha, ambas da Polícia Federal, foram anuladas no STJ para, de alguma forma, beneficiar os réus.