A conexão paraguaia da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) se aprofundou com a revelação, pelo blog “O Antagonista”, dos jornalistas Diogo Mainardi e Mário Sabino, acerca do envolvimento do Grupo Schahin na construção, com dinheiro brasileiro, de um “linhão” superfaturado no Paraguai. A obra pode ter custado US$ 81,8 milhões acima do orçamento. O cálculo foi feito pelos jornais ABC Color e La Nación, ao avaliarem que o custo da obra tocada pelo Schahin não poderia ter custado US$ 170,8 milhões, quando obra idêntica custou US$ 89 milhões.
A ligação de Gleisi Hoffmann e do marido, Paulo Bernardo da Silva, com o grupo Schahin não é novidade. Em 12 de abril de 2014, o então deputado André Vargas, que acabava de ter sua relação com o doleiro Alberto Youssef revelada, fez gravíssimas acusações contra a senadora e o então ministro das Comunicações, em entrevista à revista Veja.
“Vargas insinuou que [Paulo] Bernardo é beneficiário do propinoduto que opera na Petrobras. O ministro, segundo o deputado, seria o intermediário de contratos entre o grupo Schahin, recorrente em escândalos petistas, e a petroleira. Bernardo teria recebido uma corretagem por isso, recolhida e repassada pelo “Beto”. É assim, com intimidade de sócio e amigo, que Vargas trata o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal sob a acusação de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que teria chegado a 10 bilhões de reais. Parte desse valor, como se revelou nas últimas semanas, são as propinas de negociatas na Petrobras”.
A ligação de Gleisi e o marido com a obra suspeita, contratada pela binacional Itaipu, foi denunciada por “O Antagonista”: “Quem comanda a Itaipu é Jorge Samek, indicado pelo casal Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann”. O envolvimento de Paulo Bernardo com o Grupo Schahin – que é associado à empreiteira Andrade e Gutierrez, grande financiadora das campanhas de Gleisi– é profundo, segundo as denúncias de André Vargas à revista Veja.
“O ministro, segundo o deputado, seria o intermediário de contratos entre o grupo Schahin, recorrente em escândalos petistas, e a petroleira. Bernardo teria recebido uma corretagem por isso, recolhida e repassada pelo “Beto”. É assim, com intimidade de sócio e amigo, que Vargas trata o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal sob a acusação de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que teria chegado a 10 bilhões de reais. Parte desse valor, como se revelou nas últimas semanas, são as propinas de negociatas na Petrobras”.
O Grupo Schahin, ainda de acordo com a Veja, seria useiro e vezeiro em atos lesivos à Petrobras: “Em depoimento ao Ministério Público, Marcos Valério, operador do mensalão preso desde novembro, disse que a construtora Schahin simulou uma prestação de serviços para a Petrobras. A empresa pagou por esse serviço de fantasia a pedido do governo Lula, que Vargas teria usado o dinheiro desembolsado para comprar o silêncio de um empresário que ameaçava envolver o ex-presidente e outros petistas estrelados no misterioso assassinato de Celso Daniel, prefeito de Santo André.”