Uma pergunta lançada pelo editor do UCHO.INFO, no programa QUE PAÍS É ESSE?”, acaba de ser respondida pelo acirramento da crise econômica que chacoalha o Brasil. O que chegaria primeiro à marca de 10%: a inflação oficial ou o desemprego?
De acordo com previsão dos economistas consultados pelo Banco Central, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve chegar a 10,04% em 2015, contra 9,99% da aposta anterior. Para o próximo ano, o IPCA projetado é de 6,5% – alta de 0,03 ponto percentual –, ou seja, chegou ao teto do plano de metas estabelecido pelo governo federal. As informações contam da mais recente edição do Boletim Focus, divulgada pelo BC nesta segunda-feira (16).
A previsão dos especialistas do mercado financeiro tem como base a expectativa de alta dos preços administrados em 2016, que pela nona semana seguida registrou piora, saltando de 6,95%, da previsão anterior, para 7%. Para este ano a expectativa manteve-se em 17%.
Depois de afirmar, ao longo de meses, de que a inflação chegaria ao centro da meta (4,5%) ao final de 2017, o Banco Central mudou o discurso diante da piora da crise e anunciou que fará o que for precis para que o objetivo seja alcançado em 2017. O que mostra que a força da inflação é muito maior do que a convicção dos economistas do BC.
Mesmo com a visível pressão inflacionária, algo que assusta os brasileiros, a projeção dos economistas para a taxa básica de juro, a Selic, para 2016 permaneceu em 13,25% ao ano. Para 2015, os economistas preveem que a Selic encerrará o período nos atuais 14,25%.
Em relação ao desempenho da economia, a aposta dos especialistas interrompeu uma sequência de dezessete semanas de queda, sendo que o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano permaneceu em um patamar de contração de 3,10%. Esse cenário macabro da economia, que mescla diversos ingredientes, é ideal para invocar o bordao criado por Lula, o lobista, para fustigar os adversários políticos: “nunca antes na história deste país”.
No rastro das incertezas políticas e econômicas, em especial as relacionadas às questões fiscais, em 2016 o PIB deverá registrar encolhimento de 2%, ante 1,90% da previsão da semana anterior. Esse quadro de desaceleração refletiu também na previsão de produção industrial, com recuo do setor na casa de 2,15%, contra queda de 2,0% na semana anterior.
Em relação ao mercado de câmbio, o Boletim Focus informa que os economistas preveem que o dólar encerrará o corrente ano valendo R$ 3,96, contra R$ 4 da estimativa da semana anterior. Para 2016, os analistas apostam que a moeda norte-americana encerrará o próximo ano valendo R$ 4,20.