Queda de avião russo no Egito foi atentado, afirma o governo de Vladimir Putin

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O governo da Rússia informou nesta terça-feira (17) que a queda do avião da Metrojet sobre a península do Sinai, no Egito foi causada por uma bomba que explodiu a bordo. Tratou-se de um atentado terrorista, afirmou o Kremlin. O desastre, em outubro, matou todas as 224 pessoas que estavam a bordo da aeronave, entre passageiros e tripulantes.

Em reunião presidida pelo presidente Vladmir Putin na segunda-feira (16), Alexander Bortnikov, chefe do Serviço de Segurança Federal da Rússia (FSB), disse que vestígios de explosivos de fabricação estrangeira foram encontrados em fragmentos do avião e em pertences pessoais dos passageiros.

“De acordo com a análise de nossos especialistas, uma bomba caseira contendo até 1 kg de TNT explodiu durante o voo, fazendo com que o avião se partisse no ar. Isso explica por que partes da fuselagem se espalharam por uma distância tão grande”, afirma Bortnikov. “Podemos dizer, de forma inequívoca, que foi um ato terrorista.”

“A vingança é inevitável”

Putin classificou o incidente como “um dos crimes mais sangrentos” da história da Rússia moderna e, em resposta, ordenou que a força aérea do país intensifique os ataques aéreos na Síria. “[Nossa campanha] precisa ser intensificada de tal forma que os criminosos entendam que a represália é inevitável”, disse o presidente russo.

“Não temos como enxugar as lágrimas de nossa alma e coração. Isso vai ficar conosco para sempre, mas não vai nos impedir de encontrar e punir os criminosos”, afirmou Putin, em declarações divulgadas nesta terça. “Vamos procurá-los em todos os lugares em que eles podem estar escondidos. Vamos encontrá-los em qualquer lugar do planeta.”

Na ocasião do desastre, um grupo ligado ao “Estado Islâmico” (EI) já havia reivindicado a responsabilidade pelo ataque, mas a Rússia preferiu esperar pelos resultados oficiais das investigações para tomar qualquer providência.

De acordo com agências de notícias, as autoridades egípcias detiveram dois funcionários do aeroporto Sharm el-Sheikh que podem ter ligações com a queda do avião. As informações são de dois oficiais de segurança do país.

“Dezessete pessoas estão detidas, duas delas são suspeitas de terem ajudado a colocar a bomba no avião em Sharm el-Sheikh”, diz um dos oficiais.

A queda

O Airbus A321 da empresa Kogalymavia, que opera comercialmente sob a marca Metrojet, partiu no dia 31 de outubro do balneário egípcio de Sharm el-Sheikh com destino a São Petersburgo, na Rússia. O voo foi interrompido cerca de 20 minutos após a decolagem.

A aeronave voava a cerca de 9 mil metros de altitude no momento do desastre e havia atingido a velocidade de cruzeiro. Essa é, geralmente, a parte mais segura de qualquer voo.

Segundo a Kogalymavia, a tripulação não emitiu um chamado de emergência nem tentou contatar o controle de tráfego aéreo. O Airbus teria perdido velocidade rapidamente, durante menos de um minuto, antes de cair na península do Sinai apenas 23 minutos após a decolagem. (Com agências internacionais)

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