Movimento pela saída de Dilma perdeu força e impeachment fica para 2016; oposição reconhece fracasso

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Em conversa com parlamentares da bancada peemedebista, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), confirmou as repetidas afirmações do editor do UCHO.INFO: a abertura de um processo de impeachment contra Dilma Rousseff está à beira do caminho ficará para 2016, na melhor e mais otimista das hipóteses.

Deputados favoráveis ao impeachment e que participaram de jantar na casa de Cunha, na última semana, ele não avaliará neste ano os dez pedidos de impedimento da presidente que estão estacionados na Câmara.

A exemplo do que vem insistindo o UCHO.INFO, é preciso ter um fato determinado, devidamente referendado pelo Congresso Nacional, para embasar o pedido de impeachment. Esse fato é a rejeição das contas de Dilma referentes ao exercício de 2014, que foram reprovadas pelo Tribunal de Contas da União. Como o TCU é um órgão auxiliar do Congresso, cabe aos senadores e deputados a missão de referendar ou não a recomendação do Tribunal de Contas. No caso de reprovação da contabilidade do governo, um pedido de impeachment com tal argumentação será considerado juridicamente perfeito. Do contrário é nadar para morrer na praia.

Líderes do PSDB e do Democratas já admitem que o movimento pelo impedimento de Dilma perdeu força, principalmente depois que o agora lobista Lula passou a negociar diretamente com Renan Calheiros e José Sarney. A partir de então a “aliança” entre PMDB e PSDB pela saída de Dilma passou a desidratar. O que não significa que os peemedebistas tenham perdido o interesse pela cadeira presidencial.

Como se não bastasse, também perdeu força o movimento da sociedade que defendia o fim do governo paralisado, incompetente e corrupto de Dilma Rousseff. Isso tem ficado claro nas anoréxicas manifestações em favor da saída da petista.

No olho do furacão da Operação Lava-Jato – acusado de receber propina do Petrolão e de manter contas secretas na Suíça – Eduardo Cunha foi obrigado a se inclinar na direção do Palácio do Planalto, pois seu principal objetivo no momento é salvar o mandato parlamentar, operação que atualmente está concentrada no Conselho de Ética da Câmara. Para tanto o peemedebista precisa do apoio dos deputados da chamada base aliada, mesmo que nem todos concordem com essa manobra espúria.

Sem um discurso oposicionista com essência republicana, a oposição foi obrigada a se livrar do fiasco para evitar a fermentação do vexame. Por isso decidiu romper com Eduardo Cunha e pedir sua imediata saída da presidência da Câmara, sob a alegação de que os argumentos para justificar as contas na Suíça foram inconsistentes.

Em outras palavras, ou a população deixa o sofá e sai às ruas para cobrar o fim desse governo bandoleiro que aí está, ou os brasileiros devem se acostumar desde já com a ideia de que Dilma ficará no cargo até 31 de dezembro de 2018. Em suma, a culpa por Dilma ter conquistado um novo mandato é do eleitor, mas a responsabilidade pela sua permanência no cargo é da oposição. Que ainda não conseguiu descer do salto alto que passou a usar na era FHC. Enfim…

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