Nesta quinta-feira (19), a Editora Abril anunciou que deixará de publicar as revistas “Playboy”, “Men’s Health” e “Women’s Health”. Porém, isso não significa necessariamente que a “Playboy” deixará as bancas brasileiras.
Há negociações em andamento entre uma editora brasileira e a Playboy Enterprises, empresa norte-americana que controla os direitos sobre a franquia, para que o título continue a circular no Brasil.
Um dos principais motivos para a Editora Abril deixar de publicar a revista foi o pagamento de royalties pelo uso da marca à empresa estadunidense. A mesma questão se impôs nos casos da “Men’s Health” e da “Women’s Health”, publicadas no país também pela Abril, e cujas marcas pertencem à editora americana Rodale Press.
A Editora Caras, que nos últimos meses absorveu diversos títulos da Abril, a exemplo da “Placar” e a “Você S/A”, não está interessada na “Playboy” justamente pela obrigação de pagar royalties.
A Editora Abril decidiu priorizar sua revista masculina própria, a “VIP”, que não publica fotos de nudez feminina. Em 2010, a editora lançou a “Alfa”, revista voltada ao público masculino com alto poder aquisitivo, contudo a publicação durou menos de três anos.
Os funcionários que trabalhavam na “Playboy” brasileira receberam um aviso de que poderão ser realocados em outras revistas e sites da Abril. De acordo com o comunicado, o fechamento da revista segue estratégia da empresa iniciada há um ano com a revisão do portfólio.
O fim da publicação pela Editora Abril de “Men’s Health”, “Women’s Health” e “Playboy” faz parte de um processo de enxugamento do portfólio iniciado em 2013 e que se intensificou neste ano. A empresa já havia se desfeito da licença para publicar a revista “Runner’s World”. Em setembro de 2013, as publicações “Alfa”, “Bravo!”, “Lola” e “Gloss” também foram fechadas.
Em dezembro do ano passado, as edições impressas de “Veja Belo Horizonte”, “Veja Brasília” e “Info” foram extintas. As publicações passaram a existir exclusivamente on-line. Em junho deste ano, “Você RH”, “Você S/A”, “Tititi”, “Placar”, “Ana Maria”, “Arquitetura & Construção” e “Contigo!” foram vendidas. As edições impressas de “Exame PME” e “Capricho” passaram a existir apenas na versão on-line.
Em julho de 2015, “Aventuras na História”, “Bons Fluidos”, “Manequim”, “Máxima”, “Minha Novela”, “Recreio”, “Sou+Eu”, “Vida Simples” e “Viva Mais” foram vendidas.
No início do mês passado, a versão americana da revista “Playboy” havia anunciado que deixaria de publicar imagens de mulheres nuas devido à concorrência da internet, que banalizou o acesso a esse tipo de imagens.
O movimento gerou especulações sobre se o mesmo seria feito no Brasil, o que foi negado em editorial da publicação assinado por Sérgio Xavier, que comanda a revista.
No entanto, após a mudança na edição americana, Xavier confirmou que o nu vinha perdendo força. “Estamos gradativamente perdendo com o nu. Precisaremos pensar em como fazer a transição”, ressaltou.