Na última segunda-feira (23), o partido chavista divulgou um comunicado oficial para condenar o recém-eleito presidente argentino, Mauricio Macri, por criticar o governo da Venezuela e tentar expulsá-lo do Mercosul por abusos de direitos humanos.
Trata-se da primeira reação do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) às duras críticas de Macri, cuja vitória a oposição venezuelana festeja às vésperas da eleição parlamentar de 6 de dezembro.
“As declarações do presidente-eleito, Mauricio Macri, […] são condenáveis e lamentáveis já que representam um ato de ingerência interna nas eleições parlamentares”, declara a nota do PSUV, assinada pelo economista Rodrigo Cabeza Morales, vice-presidente da sigla para temas internacionais.
Cabeza Morales se referiu à proposta de Macri de aplicar à Venezuela a Carta Democrática do Mercosul, sob argumento de perseguição a opositores e ataques à liberdade de expressão, já na cúpula do bloco comercial, em 21 de dezembro em Assunção.
A carta prevê que um país pode ser suspenso da organização se houver consenso, a exemplo do ocorrido com o Paraguai, em 2012, em retaliação ao controverso impeachment contra o então presidente Fernando Lugo. Entretanto, para o partido chavista, a ideia de expulsar a Venezuela é “inaplicável” por “carecer de verdade e consenso.”
De acordo com o comunicado, a Venezuela possui uma “clara democracia participativa, protagonística e que garante os direitos humanos”.
ONGs venezuelanas e estrangeiras, assim como diversos governos, acusam o governo venezuelano de perseguir e prender opositores, cercear o livre exercício da imprensa e praticar tortura.
Conforme o PSUV, o objetivo de Macri é favorecer a oposição venezuelana, que reagiu com euforia à vitória do conservador argentino. Os principais líderes opositores parabenizaram enfaticamente o novo presidente e manifestaram a expectativa de que a queda do kirchnerismo pela via eleitoral sirva de inspiração para os venezuelanos.