“A prisão do pecuarista José Carlos Bumlai na 21ª fase da operação Lava Jato mostra que a força-tarefa que investiga o escândalo do petrolão está fechando o cerco contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT”. A avaliação foi feita nesta terça-feira (24) pelo líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), para quem a cúpula petista continuou utilizando o esquema do Mensalão para desviar recursos da Petrobras e de outras estruturas do governo.
“É o mesmo enredo do Mensalão que envolve empréstimos fictícios, direcionamento de licitações e superfaturamentos que dão origem a pagamentos de propinas para dirigentes de empresas, lobistas, políticos e partidos. A Polícia Federal já mapeou todo esse esquema que, por tudo que se viu até agora, era de total conhecimento do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff”, afirmou Rubens Bueno.
Bumlai, que é amigo do presidente Lula e tinha passe livre no Palácio do Planalto, virou alvo da Operação Lava-Jato após delatores informarem que o pecuarista teria repassado recursos para uma nora do ex-presidente da República, além de ter ajudado a quitar dívidas do PT.
De acordo com as investigações, o amigo de Lula intermediou o pagamento de uma dívida do PT de R$ 12 milhões com o Banco Schahin. O fato foi confirmado por um dos executivos do grupo, Salim Schahin. O recurso, que teria aterrissado no caixa do PT, foi conseguido por meio de um empréstimo que Bumlai fez junto ao banco.
Posteriormente, a dívida teria sido perdoada em troca de um contrato de R$ 1,6 bilhão que o grupo Schahin fechou com a Petrobras para a operação de um navio-sonda. O esquema também foi citado por outros dois delatores da Lava-Jato, os lobistas Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e Eduardo Musa.
“Percebemos que era uma corrupção institucionalizada com o objetivo claro de desviar dinheiro para o PT e partidos aliados. Tudo montado por organização criminosa que, sob o comando do PT, se infiltrou em toda a estrutura do governo. É preciso acabar com esse passe livre para a corrupção”, defendeu o líder do PPS.