Lava-Jato: prisões do petista Delcídio Amaral e do banqueiro André Esteves tardaram, mas não falharam

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Demorou, mas acabou acontecendo. Senador pelo PT de Mato Grosso do Sul e líder do governo no Senado Federal, Delcídio Amaral foi preso pela Polícia federal na esteira da Operação Lava-Jato. Logo após a deflagração da operação policial, em março de 2014, Delcídio e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) trocaram acusações sobre o esquema de corrupção que durante uma década funcionou de forma deliberada na Petrobras.

De início apenas Renan entrou na alça de mira da Lava-Jato, mas não demorou muito tempo para Delcídio também ser investigado pela PF e pelo Ministério Público Federal, que nesta quarta-feira (25) foi preso por tentar destruir provas contra si. Também foram presos o banqueiro André Esteves, presidente do BTG Pactual, e Diogo Ferreira, chefe de gabinete do Delcídio, e o advogado Edson Siqueira Ribeiro Filho, que defende Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras.

É a primeira vez que um senador com mandato em exercício é preso. Policiais fizeram busca e apreensão no gabinete do petista no Senado, em Brasília, e nos estados do Rio Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul. As ações foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal e não se trata de mais uma fase da Lava-Jato, que tramita em Curitiba, na primeira instância da Justiça Federal.

Delcídio foi preso no flat Golden Tulip, em Brasília, onde mora há pelo menos dez anos. No mesmo complexo hoteleiro, à beira do Lago Paranoá e próximo ao Palácio da Alvorada, foi preso, na terça-feira (24), o empresário e pecuarista José Carlos Bumlai, “amigo do peito” do ex-presidente e agora lobista Lula.

O senador petista teve o nome mencionado na delação do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, acusado de ser o operador de propinas do PMDB no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história da humanidade. Baiano disse que Delcídio teria recebido US$ 1,5 milhão em espécie na operação de compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Quando o Petrolão começou a funcionar como substituto do Mensalão do PT, Delcídio ainda mantinha relações estreitas com o então deputado federal José Janene (PP-PR), já falecido, criador do esquema de corrupção que derreteu os cofres da Petrobras. Na ocasião, para tentar escapar da avalanche que em se transformou o Mensalão, Janene chegou a oferecer a um servidor da Câmara, por meio de Delcídio, um cargo na divisão internacional da Petrobras, com direito a cargo em Pasadena. O tal servidor sabia, como ainda sabe, detalhes bombásticos acerca do primeiro grande escândalo de corrupção do governo Lula.

Presidente da CPMI dos Correios, Delcídio Amaral reconheceu a importância do trabalho do UCHO.INFO e disse certa feita que nenhuma Comissão Parlamentar de Inquérito poderia funcionar sem a participação do site, que na opinião do petista contribui de forma decisiva para a elucidação dos fatos.

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