Lava-Jato: procuradores veem contradições entre depoimento de Bumlai e material apreendido

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Procuradores da República que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato disseram nesta segunda-feira (14) que o empresário José Carlos Bumlai, o outrora conselheiro rural de Lula fez operações financeiras para beneficiar o PT. De acordo com os procuradores Diogo Castor de Mattos e Deltan Dallagnol, foram identificadas contradições entre as afirmações de Bumlai durante depoimentos e o material apreendido em recentes ações da Polícia Federal (PF).

“A oitiva de hoje [de Bumlai, na Polícia Federal] foi feita para confrontar o que ele disse nos depoimentos anteriores com o material obtido nas buscas e apreensões. Há documentos que contradizem as afirmações feitas em depoimento. Ele disse não ter vínculo com o PT, mas descobrimos pedido de seu filho para se desfiliar do partido. Ele disse não ter relações com a Petrobras, mas há [no material apreendido] correspondências endereçadas à área de exploração [da estatal]”, disse Mattos, durante coletiva de imprensa, em Curitiba.

Contudo, os procuradores negam que Bumlai tenha integrado “o núcleo central de corrupção” da Petrobras. O que o empresário fez, segundo os procuradores, foi o papel de “operador, tomando empréstimos para pagar dívida do PT”. Esses empréstimos foram contraídos no Banco Schahin, que em dado momento perdoou a dívida de Bumlai em troca de um contrato com a Petrobras.


De acordo com o MPF, Bumlai usou contratos firmados com a Petrobras para quitar empréstimos com o Banco Schahin. Segundo os procuradores, depoimentos de investigados que assinaram acordos de delação premiada revelam que o empréstimo de cerca de R$ 12 milhões se destinava ao PT e foi pago mediante a contratação da Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras, em 2009.

Mais cedo, o MPF apresentou denúncia à Justiça Federal no Paraná contra Bumlai e mais dez investigados na Operação Passe Livre, a vigésima primeira fase da Lava-Jato. Entre os denunciados estão os ex-diretores da Petrobras Nestor Ceveró, Jorge Zelada e Eduardo Musa; empresários ligados à Construtora Schahin; o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto; e o lobista Fernando Soares, mais conhecido como Fernando Baiano e acusado de ser o operador de propinas de parte do PMDB. Todos responderão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.

No momento em que José Carlos Bumlai admitir a hipótese de aderir à delação premiada, como já se cogita nos bastidores do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história, quem sabe o lobista-palestrante Lula comece a se preocupar com sua eventual prisão, desejo da extensa maioria dos brasileiros, que não mais suportam essa lufada bandoleira que vem arrasando o Brasil em todos os quadrantes.

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