Operação Catilinárias: nova fase da Lava-Jato faz busca e apreensão na casa de Cunha e na Câmara

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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (15) a Operação Catilinárias, nova fase da Operação Lava-Jato, que desmontou o maior esquema de corrupção da História. Com 53 mandatos de busca e apreensão, a PF fez operação na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em Brasília, e na casa do peemedebista no Rio de Janeiro. Cunha é acusado pela Procuradoria-Geral da República de corrupção e lavagem de dinheiro.

Também são alvos da operação da PF, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, o ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (PMDB-RJ); o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN); os senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE); os deputados Aníbal Gomes (PMDB-CE) e Áureo Lídio (SD-RJ); o prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier (PMDB-RJ); o ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto (aliado de Cunha e exonerado na semana passada pela presidente Dilma); Aldo Guedes, ex-sócio de Eduardo Campos; Lúcio Bolonha Funaro, delator do Mensalão do PT; Altair Alves Pinto, emissário de propina de Cunha, segundo os investigadores; e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

A Operação Catilinárias cumpre mandados de busca e apreensão na Câmara dos Deputados, na sede do PMDB em Alagoas, na empresa Estre Ambiental, em endereço relacionado a Wilson Quintela Filho (dono da Estre), na residência dos investigados, endereços funcionais, sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos.

Os mandados foram expedidos pelo ministro Teoriz Zavascki, relacionados a sete processos decorrentes das investigações da Lava-Jato, estão sendo cumpridos no Distrito Federal (9), em São Paulo (15), no Rio (14), no Pará (6), em Pernambuco (4), em Alagoas (2), no Ceará (2) e no Rio Grande do Norte (1). Três carros da Polícia Federal e sete policiais estão na frente da residência oficial de Eduardo Cunha, onde o entorno foi isolado. O telefone celular do presidente da Câmara foi apreendido pela PF.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou em agosto deste ano, denúncia ao STF em que acusa Cunha de ter recebido pelo menos US$ 5 milhões em propina para viabilizar a construção de dois navios-sondas da Petrobras, entre junho de 2006 e outubro de 2012.

O ministro Celso Pansera foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores do Petrolão, como “pau mandado” do presidente da Câmara.

O deputado Aníbal Gomes é alvo de quatro inquéritos no STF no âmbito da Operação Lava-Jato. O parlamentar é suspeito de ser ‘interlocutor’ do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que teria usado Gomes como “interlocutor” dos contatos com a diretoria de Abastecimento da Petrobras – reduto do PP no esquema de corrupção instalado na estatal.

Isso pode comprovar que Renan Calheiros assumiu o apadrinhamento de Paulo Roberto Costa logo após a morte de José Janene (PP-PR), criador do esquema de corrupção que, em meados de 2005, substituiu o Mensalão do PT.