Acuada, Dilma se apoia no presidente do Senado para intensificar a batalha contra Michel Temer

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Quando expôs publicamente o vice Michel Temer, ao rebater a afirmação de que o País precisava com urgência de um líder capaz de unificá-lo, a presidente Dilma Vana Rousseff não apenas atirou contra o próprio pé, mas colocou mais combustível em uma crise política sem precedentes e que cresce a cada dia.

Defensora da teoria bizarra do presidencialismo de coalizão e refém de uma base aliada que se alimenta no coxo do escambo espúrio e criminoso, Dilma, que deveria se preocupar com as questões do governo e as filigranas que chacoalham o seu partido, o PT, insiste em ingerir em assuntos internos do PMDB, sem respeitar a figura do presidente nacional da legenda aliada, no caso Michel Temer.

Preocupada com o avanço do pedido de impeachment que foi devidamente acolhido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Dilma tem atropelado a lógica do convívio político-partidário ao tentar cooptar setores do PMDB, no afã de se ver livre de eventual processo que deságue na interrupção do seu mandato.

Dilma vem insistindo em falar de “golpe contra a democracia”, mas não consegue enxergar a atitude golpista que representam suas incursões na direção do PMDB. A primeira ação estabanada do governo na seara do PMDB surgiu na tentativa de reconduzir o deputado Leonardo Picciani (RJ), contrário ao impeachment, à liderança do partido na Câmara, manobra que a cúpula da legenda condena com veemência.

Não bastasse, Dilma vem reforçando os laços com o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), que agora decidiu comprar briga com Michel Temer, que nos bastidores trabalha para ocupar o principal gabinete do Palácio do Planalto.


Depois da Operação Catilinárias, da Polícia Federal, mais recente etapa da Operação Lava-Jato, que teve como principal alvo o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto primeiro do governo petista, Dilma Rousseff decidiu centrar esforços na bancada peemedebista do Senado, que tem o presidente da Casa, Renan Calheiros (AL), como aliado de primeira hora, apesar de todas as confusões que o acompanham.

Nesta quarta-feira (16), Renan classificou como “horror” e “retrocesso democrático” a resolução aprovada pela Executiva Nacional do PMDB determinando que todas as filiações de deputados deverão passar pelo comando da sigla. Calheiros criticou o vice-presidente Michel Temer, culpando pelo processo que aumentará ainda mais a divisão da bancada.

“O PMDB é um grande partido, porque não tem dono, é democrático. É um partido muito forte por isso”, afirmou. ‘Como é que pode a Executiva querer dizer agora quem é que vai poder entrar e quem não vai poder entrar? Ou seja, o PMDB a partir dessa decisão passará a ter dono? Isso é um horror”, afirmou o senador em entrevista coletiva.

Para o senador alagoano, a decisão da Executiva do PMDB coloca uma “tranca na porta de um partido democrático”. “Isso é um retrocesso para a democracia”, disparou.

Acompanhado pelo líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), Renan considerou que a decisão da Executiva ressuscita o “centralismo democrático” que marcou o partido durante sua juventude. “O PMDB ressuscitar nessa altura do campeonato o centralismo democrático é um horror, um retrocesso e a direção do partido tem responsabilidade com isso, sim”, disse. “O papel do presidente do PMDB é construir a união desses setores. Então, o presidente tem responsabilidade nessa decisão”, completou.

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