A oposição venezuelana, que recentemente conquistou nas urnas a maioria na Assembleia Nacional, tentará criar uma estratégia para tirar o presidente-ditador Nicolás Maduro do poder até julho de 2016.
Em artigo publicado nesta segunda-feira (28), no jornal “Nuevo País”, Henry Ramos Allup, secretário-geral do partido Ação Democrática (AD), afirmou que coalizão opositora quer encontrar “solução constitucional, democrática, pacífica e eleitoral para a mudança do governo”.
“O primeiro passo que devemos dar é consolidar o compromisso da liderança opositora, de que Maduro deve sair antes de 2019”, quando termina seu mandato, revelou Allup.
Na última semana, o líder opositor detido Leopoldo López já havia comentado sobre a possibilidade. “Não podemos esperar as eleições presidenciais do ano de 2019. A mudança política na Venezuela tem data e é o primeiro semestre de 2016”, assinalou López em uma conta no Twitter.
No dia 6 deste mês, a oposição venezuelana conquistou a “supermaioria” – dois terços dos assentos – na Assembleia Nacional. A vitória histórica representa um revés para a hegemonia chavista após quase 17 anos no poder.
Com maioria absoluta no Parlamento, a coalizão oposicionista Mesa de Unidade Democrática (MUD) poderá promover uma reforma constitucional ou uma assembleia constituinte e até mesmo remover nomes do Judiciário e dos poderes públicos.
É mais do que necessário acabar com a tirania de Maduro, mascarada por um populismo criminoso, antes que a Venezuela desapareça, mas não se pode ignorar o fato de que a coalizão opositora é formada por partidos de centro, de direita e de esquerda, o que pode comprometer o projeto de libertar o país sul-americano.
Para complicar, Nicolás Maduro, antes da posse dos opositores no Parlamento venezuelano, nomeou treze juízes federais, os quais terá sob controle e a quem caberá julgar os atos dos opositores, que democrática e constitucionalmente tentarão despejar o tiranete sucessor de Hugo Chávez do Palácio de Miraflores, sede do Executivo local.