Eurasia alerta que Brasil é um dos maiores riscos em 2016 e que nova eleição seria o ideal

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A crise político-econômica tem causado enormes e irreversíveis reveses ao Brasil. O país foi incluído pela consultoria Eurasia Group, uma das mais importantes do planeta, entre os dez maiores riscos internacionais para o ano de 2016.

“A crise política e econômica deve piorar ao longo de 2016. Ao contrário das esperanças de alguns comentaristas e atores do mercado, a batalha do impeachment de Rousseff no começo do ano não deve terminar o impasse político”, alerta o texto.

O problema maior é que se Dilma Rousseff sobreviver ao pedido de impeachment, que tramita na Câmara dos Deputados, provavelmente não terá cacife para aprovar as reformas necessárias para conter o déficit público, além de continuar vulnerável aos efeitos da Operação Lava-Jato e da avançada investigação sobre o ex-presidente Lula.

A briga pelo afastamento da petista exigirá da presidente acenos à base de esquerda – o que explica a nomeação de Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda e tende ao enfraquecimento do ímpeto por corte de gastos.

“Se Rousseff continuar no cargo, será uma presidente cada vez mais cativa dos elementos radicais de seu partido e amarrada por um Congresso mais antagonista, levando à paralisia política”, ressalta o texto.

Caso Dilma caia e Michel Temer assuma o comando do País, o que a Eurasia considera menos provável, poderia haver um otimismo inicial no setor privado, com apelo pela união nacional, apoio do PSDB e sugestão de reformas.

Entretanto, as fraquezas logo apareceriam, já que o PMDB de Temer continuaria sendo alvejado pela Lava-Jato, e manter o apoio político ao novo governo ficaria cada vez mais custoso para os outros partidos.


O vice-presidente da República também teria que lidar com um PT sem medo de ser oposição, descontente com a saída de Dilma e com uma nova “agenda neoliberal”, tudo isso em um cenário de desemprego chegando a dois dígitos.

De acordo com o Eurasia, a forma mais “limpa” de sair da crise seria com a anulação da eleição de 2014 pelo Tribunal Superior Eleitoral com base na acusação de contribuições ilícitas de campanha. Neste caso, uma eleição seria convocada em 90 dias.

“Apesar de improvável, este resultado teria o benefício de trazer um presidente eleito diferente com legitimidade política nova. Mas não estamos apostando nisso. 2016 será caracterizado pelo aprofundamento da crise no Brasil”, destaca o texto.

Confira abaixo os 10 maiores riscos internacionais para 2016 segundo o Eurasia Group:

1. O esvaziamento da aliança transatlântica entre Estados Unidos e Europa

2. O fechamento da Europa em si mesma

3. O impacto da desaceleração da China

4. A ameaça do Estado Islâmico e seus “amigos”

5. Discórdia e instabilidade na Arábia Saudita

6. A entrada de atores importantes do mundo tecnológico no mundo político

7. Líderes imprevisíveis como Vladimir Putin (Rússia) e Taryp Erdogan (Turquia)

8. Crise no Brasil

9. Menos eleições (e, portanto, oportunidades de mudança) em mercados emergentes

10. Turquia

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