Deputado federal pelo PPS do Pará e vice-líder do partido na Câmara, Arnaldo Jordy (PA) apresentou nesta sexta-feira (8), na Corregedoria da Casa, representação solicitando a cassação do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo o deputado, o novo pedido é justificado por fatos novos e graves envolvendo Cunha. Jordy lembrou que o mandatário possui inúmeras denúncias que apontam claramente para a quebra de decoro do parlamentar.
No documento, Jordy destacou como justificativa, entre outros pontos, a evolução patrimonial de Cunha incompatível com seus rendimentos identificada pela Receita Federal; o tráfico de influência e o recebimento de propina; e as suas relações com o operador Lúcio Funaro.
Arnaldo Jordy afirmou que as práticas de Eduardo Cunha são incompatíveis com o mandato parlamentar e com a sua função de presidente da Câmara. Para ele, a Casa não pode ser presidida por alguém que possui tantas denúncias.
“São denúncias gravíssimas que não podem ficar sobre o silêncio ruidoso do poder legislativo. Estamos falando da terceira pessoa na sucessão presidencial. A Câmara precisa reagir e mostrar para a sociedade que não aceita esse tipo de prática no exercício do mandato. Principalmente num momento em que a sociedade passa por sacrifícios em momentos de crise econômica. Cunha revela a cada momento que coloca o seu mandato como deputado e presidente a serviço dos seus interesses pessoais de poder. Isso é inadmissível”, criticou.
Contra o relógio
A situação do presidente da Câmara dos Deputados piora sobremaneira com o passar do tempo. Independentemente do processo de que é alvo no Conselho de Ética da Câmara, por quebra de decoro parlamentar, que ao final pode culminar na cassação do seu mandato, Cunha terá prazo de dez dias, a contar de 1º de fevereiro, para se defender no pedido de afastamento da presidência da Casa, feito pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal.
No documento o procurador-geral Rodrigo Janot alega que Cunha vem usando o cargo para dificultar investigações e prejudicando o trabalho dos integrantes do Conselho de Ética. A saída para o presidente da Câmara, na opinião do UCHO.INFO é um pedido de licença, que de acordo com o Regimento Interno é de quatro meses, sem direito a vencimentos.
Eduardo Cunha vem resistindo como pode e já deu a entender que quando cair o fará atirando para todos os lados, até porque tem “munição” de sobra. Uma eventual licença de Cunha no escopo do mandato de deputado federal poderá ser acelerada se a PGR apresentar pedido de prisão da mulher do deputado, a jornalista Cláudia Cunha, e uma de suas filhas, Danielle Cunha. No caso de a queda de braços entre Cunha e o procurador-geral seguir esse caminho, estará confirmada a previsão feita pelo editor do UCHO.INFO.