Deputados pedem a convocação de chefe da Casa Civil na CPI dos Fundos de Pensão

(Carlos Augusto - JGB)
(Carlos Augusto – JGB)

O vice-líder da minoria na Câmara, deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), e o deputado Paulo Azi (DEM-BA) apresentaram, nesta segunda-feira (11), requerimento na CPI dos Fundos de Pensão solicitando a convocação de Jaques Wagner, ministro-chefe da Casa Civil. Wagner é acusado de atuar em benefício da empreiteira OAS, investigada na Operação Lava-Jato, na Fundação dos Economiários Federais (FUNCEF), terceiro maior fundo de pensão do País e um dos maiores da América Latina.

Para os parlamentares, o pedido deve-se aos fatos graves divulgados pela impressa e investigados pela Justiça envolvendo Wagner. Raul Jungmann acredita que a aprovação do pedido não terá resistência do colegiado, que tem o dever de elucidar mais um escândalo envolvendo integrante da cúpula do governo de Dilma Rousseff, certamente o mais corrupto da história brasileira.

No documento, Jungmann destaca as suspeitas de que Jaques Wagner teria intermediado interesses da OAS em negócios com a FUNCEF. Além disso, o vice-líder da Minoria destaca o depoimento do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, que detalhou pagamento de propina ao atual ministro da Casa Civil.


“A convocação de Jaques Wagner na CPI se deve a matérias divulgadas pela imprensa e dos dados e informações que estão sendo investigado pelo MPF e PF. Dai a necessidade de convocar o ministro para que ele preste os devidos esclarecimentos sobre esses fatos que são extremamente graves e que o envolvem o seu nome. Uma imposição que estamos cumprindo. Espero que seja aprovado pelo colegiado”, defendeu.

No Palácio do Planalto a ordem é uma só: blindar Wagner a qualquer custo, pois o petista baiano é não apenas homem de confiança de Dilma Rousseff, mas também do lobista-palestrante Lula, que tem se esforçado para evitar a derrocada final de seu partido, o PT. No momento em que os palacianos começavam a colher os primeiros resultados da investida contra os adversários, o governo sofre um revés considerável, que poderá contaminar ainda mais a grave crise institucional que chacoalha o País.

Se o governo conseguirá proteger Jaques Wagner não se sabe, mas é importante lembrar que há no Congresso Nacional, em especial na Câmara dos Deputados, uma tropa de choque a postos para cumprir as ordens palacianas. Isso significa que a aprovação do requerimento apresentado por Jungmann e Azi pode não ser tão fácil quanto imaginam os parlamentares oposicionistas.

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