O que o editor do UCHO.INFO antecipou no programa “QUE PAÍS É ESSE?” começa a preocupar os integrantes do núcleo duro do governo de Dilma Rousseff. Os palacianos temem que os protestos contra o aumento das tarifas de transporte público – por enquanto restritos a São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte – ganhem outras cidades brasileiras e acabe piorando a crise política e influenciando no processo de impeachment da petista.
No caso da capital paulista, o aumento das tarifas de ônibus e metrô ficou abaixo da inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), passando de R$ 3,50 para R$ 3,80. Isso foi motivo suficiente para que os descontentes, auxiliados pelos baderneiros profissionais, saíssem às ruas da maior cidade brasileira para protestar. A grande questão é que esses vândalos atropela o direito de ir e vir dos cidadãos, bloqueiam vias de acesso a mais de uma dezena de hospitais e deixam um rastro de destruição por onde passam.
Na terça-feira (12), segundo dia de protesto, os baderneiros encontraram pela frente um contingente da Polícia Militar decidido a cumprir o que fora combinado com antecedência com os líderes do Movimento Passe Livre e dispostos a manter a ordem e cumprir o que determina a legislação.
Nos comentários que fez no programa “QUE PAÍS É ESSE?” desde o protesto da última sexta-feira (8), o editor lembrou que, garantido o direito à manifestação, os baderneiros deveriam promover gritaria diante do Palácio do Planalto, pois lá encontra-se a maior responsável pela crise econômica que chacoalha o País e tira o sono dos brasileiros há muito tempo. Acostumada a dizer, em alto em bom som, que é sua a última palavra sobre as questões econômicas, Dilma sabe que não escapará dessas manifestações.
É importante destacar que a inflação oficial só alcançou a casa dos dois dígitos – encerrou 2015 em 10,67% – porque a política econômica adotada por Dilma ao longo dos últimos cinco anos foi um tremendo desastre. Com o consumo interno caindo mês após mês, a inflação só manteve sua resistência por causa dos chamados preços administrados (energia, combustíveis e transporte). A grande questão nesse imbróglio sem fim é que depois de anos de farra na economia, reajustar os preços administrados era a única saída que sobrou ao governo mais incompetente e corrupto da história nacional.
Por outro lado, o não aumento das tarifas de transporte público, que em muitos casos está a cargo de empresas privadas, significa transferir ao poder público a obrigação de completar a diferença entre o custo por passageiro e o valor da passagem. Isso significa que de algum lugar há de sair o dinheiro, o que certamente provocará o corte de algum investimento planejado para beneficiar o próprio cidadão.
Não obstante, esses manifestantes profissionais não adotam comportamento idêntico quando o governo aumenta a tarifa de energia elétrica ou o preço dos alimentos disparam nos supermercados. De igual modo não se comportam quando na balada a cerveja fica mais cara ou o traficante cobra mais pelas drogas do momento. Não se trata de afirmar que todos os presentes aos protestos são tomadores de cervejas ou usuários de drogas, mas via de regra é isso que acontece no seio da juventude verde-loura.
Considerando que a culpa pela crise econômica sem precedentes é sem dúvida, desse desgoverno que aí está, a cambaleante Dilma Rousseff tem razões de sobra ara temer a transformação dos protestos em rastilho de pólvora. Pois então, como ficamos?