Os títulos e ações de mercados emergentes estão a caminho de um ano de fuga de capitais provocada pela desaceleração do crescimento global e endividamento corporativo, de acordo com o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês).
Esses mercados registraram saída líquida de capital de 735 bilhões de dólares no ano passado, mais do que o esperado. Em 2014 foram US$ 111 bilhões.
Segundo relatório do IIF divulgado na quarta-feira (20), para este ano a expectativa é de que tenha saída, incluindo erros e omissões, de 448 bilhões de dólares.
O grupo afirmou que fortes saídas da China, que refletem preocupações com a moeda e crescimento, são o principal fator por trás das perdas em 2015. A China teve fuga de 676 bilhões de dólares em 2015, ainda de acordo com o IIF.
“Mas a fraqueza vai bem além da China já que temos visto uma fuga persistente de capital de portfólios de uma ampla faixa de mercados emergentes, com os investidores cada vez mais preocupados com as perspectivas de crescimento e alto endividamento corporativo”, afirmou o diretor-gerente e economista-chefe do IIF Charles Collyns.
A organização revelou que Brasil, Turquia e África do Sul são alguns dos países mais vulneráveis à contínua redução nos mercados emergentes devido à fraqueza na política macroeconômica, altos níveis de dívidas corporativas em moeda estrangeira e significativos déficits de conta corrente.
Há alguns países bem posicionados como Índia e México. Porém, com os temores sobre a China e recessão pelo segundo ano seguido no Brasil e na Rússia, muitos temem que os retornos de investimentos não devem se recuperar em breve.