Mariana: barragem da Samarco sofre novo deslizamento; governo ainda não foi responsabilizado

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A barragem que se rompeu em Mariana, Minhas Gerais, no início de novembro, deixando 19 mortos, voltou a apresentar um deslizamento de lama nesta quarta-feira (27). A Samarco confirma a informação, porém ressaltou em nota que o incidente é de pequena proporção e que não há vítimas.

Segundo a mineradora, houve uma “movimentação de parte da massa residual” do reservatório de Fundão devido às chuvas das últimas semanas. O comunicado ainda afirma que a massa caiu entre Fundão e a barragem vizinha, Santarém, e permanece no local.

Funcionários da empresa, controlada pela Vale e BHP Billiton, foram evacuados do local. As Defesas Civis de Mariana e Barra Longa foram informadas do episódio.
A Samarco declarou que não houve necessidade de acionamento de alarme.

A Prefeitura de Mariana diz que a mineradora informou que o incidente não representa risco à região e que os cursos de água não devem ser atingidos. O Ministério Público de Minas Gerais, que investiga a tragédia, enviou uma equipe ao local para apurar o problema.


Vale destacar que além de Fundão, há outras duas barragens da Samarco no local, que ficaram de pé, mas sofreram danos estruturais: Germano e Santarém. Um estudo encomendado pela mineradora aponta que o rompimento das duas pode causar um desastre maior que o anterior.

No comunicado desta quarta, a Samarco diz que “as estruturas das barragens de Germano e Santarém permanecem estáveis com base no continuo monitoramento”.

É importante ressaltar que até o momento as autoridades que tratam do grave acidente ainda não responsabilizaram o governo federal pela tragédia. Como afirma o UCHO.INFO desde o anúncio do rompimento da barragem, o governo deve ser corresponsabilizado, status decorrente da propriedade do subsolo do território nacional.

No momento em que o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia, concede autorização para exploração mineral e cobra royalties por isso, não há como fugir da culpa pelo maior desastre ecológico do País.

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