Coordenador de campanha de Gleisi assaltava mulheres na Argentina com arma de brinquedo

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A Operação Lava-Jato pode estar levando alguns petistas a diversificarem as atividades ilícitas. Uma dessas variações pode ter sido identificada na Argentina. O departamento de polícia da província de Missiones investiga a autoria de cerca de dez roubos, com ameaça de arma, praticados contra mulheres na cidade de Puerto Iguazú – na fronteira com Foz do Iguaçu – praticados durante o período da madrugada. Segundo a polícia da cidade, o suspeito assaltava as mulheres usando uma pistola 9 mm de plástico.

O principal suspeito dos crimes é o petista André Roberto Alliana, coordenador de campanha de Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-assessor do ex-deputado federal petista André Vargas (preso na Lava-Jato) e assessor do deputado federal Zeca Dirceu, filho de José Dirceu. A ligação do petista com Gleisi é evidenciada no seu Facebook, onde ele aparece com a senadora, em 2014, com a legenda: “Hoje passo o dia acompanhando a futura Governadora do Paraná Gleisi Hoffman”.

A prisão de André Alliana representa mais um forte constrangimento para Gleisi, que costuma adotar um discurso feminista. Além de ter se especializado em assaltar mulheres na Argentina, Alliana responde por uma acusação de estupro em Foz do Iguaçu.

Não é a primeira vez que a pregação feminista de Gleisi com as práticas de seus aliados e assessores. Em 2013, quando ocupava a chefia da Casa Civil do governo de Dilma Rousseff, Gleisi teve seu assessor especial, Eduardo Gaievski, preso pela prática de dezenas de estupros. Gaievski (já foi condenado a mais de 100 anos de prisão) havia sido nomeado por Gleisi para coordenar as políticas federais para crianças e adolescentes. Tudo9 no melhor estilo “raposa no galinheiro”.

André Alianna, segundo a política argentina, teria abordado uma jovem com uma pistola 9 mm de brinquedo e roubado a carteira da vítima. Após o incidente, a mulher relatou o caso para a polícia, que passou a procurar pelo suspeito. Os policiais localizaram Alliana, que tentou fugir e acabou fraturando o fêmur. O ex-assessor de Gleisi e Vargas tinha com ele, de acordo com a polícia, pertences de outras pessoas e a arma falsa. Alliana foi atendido no hospital da cidade e encaminhado para a cadeia.

Após ter sido preso, Alliana foi reconhecido por outras vítimas. A polícia investiga supostas participações do ex-assessor em pelo menos outros 10 crimes semelhantes que ocorreram em Puerto Iguazu. A polícia informou ao Estado que Alliana permanecerá preso.


O acusado já ocupou os cargos de secretário de Comunicação do Partido dos Trabalhadores no Paraná, secretário municipal de Meio Ambiente de Foz do Iguaçu (entre 2004 e 2006, na gestão do então prefeito Paulo Mac Donald) e foi membro titular do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), representando os governos municipais da Região Sul do país.

No inicio deste mês, Alliana foi nomeado secretário parlamentar do deputado federal Zeca Dirceu (PT) na Câmara Federal, com salário de R$ 2.595, mas não assumiu a função.

O petista foi preso após perseguição da polícia do país vizinho e foi reconhecido por vítimas, uma delas menor de idade, através de fotografias. Por decisão da Justiça, ele permanece preso, durante as investigações policiais.

Segundo informações da oficial de Relações Públicas da Polícia de Missiones, Viviana Merlo, Alliana foi preso na quinta-feira após tentar fugir de uma abordagem policial. Uma mulher que havia sido roubada minutos antes com ameaça de uma arma, quando transitava pela rua, e repassou aos policiais as características físicas do ladrão. Os dados coincidiam com Alliana que, ao ser localizado, tentou fugir, mas acabou se machucando. Com ele foram encontrados documentos pessoais e pertences de mulheres argentinas. O homem portava ainda uma arma de brinquedo, semelhante a uma pistola 9 mm.

Conduzido para Unidade Regional 5 da Polícia de Missiones, André Alliana foi reconhecido, através de fotos, por uma menor que havia sido roubada um dia antes, na quarta-feira (20), em situação idêntica. A Justiça argentina determinou a manutenção da prisão do brasileiro durante as investigações sobre outros crimes com as mesmas características – praticados durante a madrugada e contra mulheres – registrados na cidade de Puerto Iguazú no último mês.

Ouvida pela reportagem, Ilza Rahmeie Alliana, mãe do suspeito, disse que a prisão pode ter conotação política. “Não sei, mas pode ser até armação política”, disse ela. Ilza, no entanto, informou que após a prisão ficou sabendo que o filho estaria passando por dificuldades financeiras. Segundo ela, mesmo transitando ao lado de nomes de expressão da política nacional, o acusado não tinha estrutura financeira. A mulher informou que um advogado foi contratado na Argentina para defender o acusado.

Até 2014, Ilza era secretária parlamentar na Câmara dos Deputados, assessorando o ex-deputado André Vargas. André Alliana foi nomeado para exercer a mesma função em Brasília, no gabinete do deputado federal Zeca Dirceu, no último dia 14, uma semana antes da prisão. Apesar da nomeação, publicada no boletim administrativo da Câmara, a assessoria do deputado petista informou que Alliana não foi empossado efetivamente na função, o que deveria ocorrer no prazo de 30 dias. O gabinete do deputado teria cancelado a nomeação após avaliar “documentação e histórico” do petista.

Durante a última campanha eleitoral, Alliana atuou como coordenador das campanhas de Zeca Dirceu e da senadora Gleisi Hoffmann na tríplice fronteira. Em seu perfil em uma rede social, ele aparece em várias fotos ao lado de Dirceu, Gleisi e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A assessoria de Dirceu admitiu a participação de Alliana na campanha, mas diz que ele atuou como “apoiador da campanha, sem qualquer vínculo empregatício”.

Antes de ser preso na Argentina, Alliana já tem anotações criminais no Paraná. Em 2000, foi alvo de inquérito em Foz do Iguaçu, acusado de estupro de uma mulher.

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