Papa Francisco não economiza palavras e condena “traficantes da morte” no México

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Em missa para mais de 300 mil pessoas em Ecatepec, no México, o papa Francisco condenou no domingo (14) a violência e os “traficantes da morte” no país, que deve ser transformado numa terra “sem emigração”.

Na cidade populosa e violenta vizinha à Cidade do México, o pontífice pediu que os mexicanos façam do país “uma terra de oportunidades, de onde não será necessário emigrar para sonhar, onde não será necessário ser explorado para trabalhar […] uma terra que não tenha que chorar pelos homens, mulheres, jovens e crianças que acabam destruídos nas mãos dos traficantes da morte”.

Em uma clara referência aos traficantes de drogas influentes na cidade, Francisco falou sobre o perigo representado pelo diabo. “Apenas o poder da palavra de Deus pode derrotá-lo”, disse o chefe da Igreja Católica. Criticando a riqueza, a vaidade e o orgulho, o papa lembrou os fiéis que os católicos “optaram por Jesus, e não pelo demônio”, mesmo que “não seja fácil”.


Estima-se que 100 mil pessoas tenham sido assassinadas e 27 mil desaparecido em violência de gangues desde que Felipe Calderón, predecessor do atual presidente Enrique Peña Nieto, lançou uma ofensiva contra os cartéis de drogas no país, após assumir o cargo, em 2006.

Ecatepec é o primeiro de vários locais sensíveis que o papa escolheu visitar durante seus cinco dias no México, segundo país com mais católicos no mundo.

Nesta segunda-feira, terceiro dia de viagem do pontífice, Francisco celebrará uma missa e se reunirá com indígenas no estado de Chiapas, no sul do país. Ele também visitará a tumba de Samuel Ruiz, sacerdote defensor dos povos nativos. (Com agências internacionais)

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