PF pediu prisão de ex-sindicalista que conseguiu antena de celular para sítio frequentado por Lula

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A situação de Luiz Inácio da Silva, o lobista de empreiteira e doutor honoris causa, piora com o passar das horas, especialmente quando o assunto é corrupção, tráfico de influência e outras transgressões.

A Polícia Federal, no âmbito da Operação Lava-Jato, pediu, em outubro de 2015, a prisão temporária e a quebra dos sigilos telefônico, bancário e fiscal de José Zunga Alves de Lima, ex-sindicalista ligado ao PT e atual funcionário da empresa de telefonia OI. Coincidência ou não, coube à Oi instalar uma antena de celular ao lado do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, frequentado pelo ex-presidente Lula em pelo menos 111 ocasiões e alvo de investigações da força-tarefa da Lava-Jato.

Amigo de Lula, Zunga teve pedido de prisão formulado por suspeita de ser um dos contatos no governo federal das empreiteiras Andrade Gutierrez e Odebrecht – líderes do cartel que movimento o maior esquema de corrupção da história da humanidade, o Petrolão.

“Otávio Marques conversa com a pessoa de “Zunga”, identificado como sendo José Zunga Alves de Lima, sindicalista e funcionário da OI, o qual parece ser um contato com trânsito no alto escalão do Governo Federal”, informa representação da PF em que requisitada a prisão do amigo do lobista-palestrante.

De acordo com reportagem do jornal “Valor Econômico”, em 2011, mesmo ano em que o sítio em Atibaia foi reformado de maneira suspeita a pedido da ex-primeira-dama Marisa Letícia, a OI instalou a menos de 150 metros da propriedade uma antena tratada por moradores como “a torre do Lula”.


O nome de Zunga surgiu no escopo da Lava-Jato no final de 2015, após análise do material apreendido com os ex-presidentes das empreiteiras Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo; e Norberto Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht. Por acaso, até 2015 a Andrade Gutierrez era uma das controladoras da Oi.

Responsável pelo setor de telecomunicações da Andrade Gutierrez, Otávio Marques é o mais novo delator da Lava-Jato, tendo sido liberado da prisão no início de fevereiro, após sete meses preso em Curitiba, para cumprir detenção domiciliar. Para a PF, os indícios apontam que Zunga é um dos contatos de Otávio Marques no governo do PT.

Responsável na primeira instância da Justiça Federal pelos processos decorrentes da Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro negou, no final de 2015, o pedido de prisão de Zunga e de outras pessoas ligadas ao setor de telecomunicações da Andrade Gutierrez. Contudo, as investigações seguem sob sigilo, o que significa que não está descartada a prisão de Zungam, que agora entrou de vez no escândalo de corrupção.

Considerando que Lula e seus comparsas sempre apostaram na impunidade, Zunga foi responsável, segundo o jornal “Folha de S. Paulo”, pelos trabalhos nos bastidores da Oi para que a antena de celular fosse instalada ao lado do sítio em Atibaia.

O imóvel foi comprado em 2010 e está registrado em nome de Jonas Suassuna e Fernando Bittar – filho do ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar (PT) -, sócios de Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha. O negócio foi sacramentado no escritório do advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula.

A Operação Lava-Jato abriu inquérito específico para investigar a compra do Sítio Santa Bárbara e a reforma realizada em 2011, que teria envolvido as empreiteiras OAS e Odebrecht, além do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, que deve revelar às autoridades que as obras aconteceram a pedido de Marisa Letícia.

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