Lava-Jato: Delcídio pode implodir o Senado e o governo se processo de cassação prosperar

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Ex-líder do PT no Senado Federal e senador pelo Mato Grosso do Sul, Delcídio Amaral, que teve a prisão revogada na última semana pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Operação Lava-Jato que tramitam no Supremo Tribunal Federal, deve retomar as atividades parlamentares nesta segunda-feira (22), a partir de quando começará um trabalho de convencimento de colegas para que o processo de cassação do seu mandato não prospere na Casa legislativa.

Antes de ser colocado em liberdade, Delcídio, que foi preso por oferecer um plano de fuga a Nestor Cerveró e tentar impedir que o ex-diretor da Petrobras firmasse acordo de delação premiada, disse a pessoas próximas que se perdesse o mandato de senador levaria com ele pelo menos metade do Senado. A ameaça do parlamentar sul-mato-grossense ainda não foi confirmada, mas seu conteúdo não é novidade para quem acompanha de perto a política brasileira.

Homem de confiança da presidente Dilma Rousseff, a quem sempre defendeu abertamente, Delcídio sabe muito mais sobre o Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história da humanidade, do que os petistas gostariam. Ex-diretor da estatal e parceiro do finado José Janene em operações em operações pouco ortodoxas na petroleira nacional, o ainda senador petista pode arrastar para o olho do furacão ninguém menos que Luiz Inácio da Silva.


Considerando que o lobista-palestrante Lula afunda cada vez mais na Lava-Jato, em especial pela nebulosa propriedade de dois imóveis – um apartamento triplex no Guarujá e um sítio em Atibaia – a eventual expulsão de Delcídio Amaral do PT pode ser revista. O partido, que padece de falta de credibilidade e vez por outra elege uma vítima para sangra no melhor estilo “boi de piranha”, havia escolhido Delcídio para ser atirado à opinião pública, como faziam os romanos na época em que o Coliseu era uma arena de barbáries.

Acontece que Delcídio não apenas é suspeito de operar forma nada republicana na Petrobras, mas conhece em detalhes a extensão do envolvimento do PT no esquema de corrupção que durante dez anos sangrou os cofres da estatal. Se contar o que sabe, o senador poderá, na opinião do UCHO.INFO, derrubar metade do Senado Federal e igual porção do Palácio do Planalto.

Não se pode desconsiderar o fato de que Delcídio, desde a sua prisão, vinha sendo pressionado para revelar detalhes do esquema de corrupção, o que até agora foi descartado pelos advogados do ainda petista. Caso prevaleça o pedido da esposa do senador, muitos palacianos começarão em breve a encaixotar os pertences, pois uma eventual delação de Delcídio mandará a República pelos ares. Se Dilma e Lula insistirem na tese de São Tomé, “ver para crer”, a queda do governo se dará muito antes do esperado.

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