Dissidentes do PMDB e oposicionistas criam grupo para se mobilizar pela saída de Dilma Rousseff

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A decretação da prisão do marqueteiro das três últimas campanhas presidenciais do PT, João Santana, na segunda-feira (22), no âmbito da Operação Acarajé – 23ª etapa da Operação Lava-Jato – animou partidos de oposição e a ala oposicionista do PMDB na Câmara dos Deputados a se reorganizarem pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Os líderes das legendas reuniram-se nesta terça-feira (23) para criar um “comitê do impeachment”. Além dos partidos, a mobilização conta com movimentos de rua.

Segundo informações, o comando do grupo deve ficar com o PMDB, principal aliado do governo e partido do vice-presidente da República, Michel Temer.

O objetivo é entregar às legendas de oposição coordenações temáticas como mobilização de rua, marketing e acompanhamento de votações. O grupo deve recolher recursos pela internet para financiar material como o “Pixuleco”, boneco inflável do ex-presidente Luiz Inácio da Silva vestido de presidiário.

“(O episódio da segunda-feira) fortalece as teses do TSE e do impeachment”, afirmou o deputado Lúcio Vieira Lima, um dos idealizadores do comitê. “Fica constatado que o PT continua fazendo caixa 2 com dinheiro ilícito, pagando no exterior os seus marqueteiros desde Duda Mendonça”, ressalta Pauderney Avelino.


Na base governista, o tom da maioria é de discrição. Para um líder aliado, a operação reforça a investida da oposição no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no sentido de que houve abuso de poder econômico na última campanha de Dilma por meio de dinheiro desviado da Petrobrás, mas não reacende o impeachment na Câmara. Contudo, a realização de uma nova eleição, medida antes impensável na base, entrou no radar dos governistas. Eles dizem que a presidente ficou desacreditada, o que aumenta as chances de uma nova disputa.

Entre os aliados de Michel Temer a avaliação é a de que a operação da PF realmente pode reacender a discussão do impeachment. Segundo eles, o episódio deverá ter impacto tanto no Congresso quanto na opinião pública, que pode ser inflamada diante das novas revelações da Lava-Jato.

Apesar de argumentarem que ainda é cedo para fazer qualquer avaliação, interlocutores do vice-presidente da República dizem que a prisão de Santana é um fator que aproxima Dilma do esquema de corrupção que desviou valores bilionários dos cofres da Petrobras, no maior escândalo de corrupção da História, o Petrolão.

Apesar disso, Temer deve ser manter afastado da discussão do impeachment. O vice-presidente não quer que se repita o que aconteceu no fim de 2015, quando foi acusado pelo Palácio do Planalto de “conspirar” pela saída da petista do cargo.

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