Sobe o índice de aprovação da alemã Angela Merkel

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Os índices de aprovação da chanceler Angela Merkel, da Alemanha, aumentaram ao longo de fevereiro, de acordo com uma pesquisa encomendada pela emissora pública alemã ARD. No entanto, cresce o número de alemães insatisfeitos com a política de refugiados da líder do governo.

Segundo a enquete, realizada entre os dias 26 e 27 de fevereiro e divulgada nesta segunda-feira (29), 54% dos alemães estão satisfeitos ou muito satisfeitos com o desempenho do governo Merkel. A aprovação cresceu 8 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, do início do mês, mas segue bem aquém dos 67% alcançados em julho de 2015.

Enquanto isso, o índice de aprovação do governador da Baviera e ferrenho crítico da política de refugiados do governo federal, Horst Seehofer, caiu de 46% para 38%. Seehofer é também o líder da União Social Cristã (CSU), tradicional aliada da União Democrata Cristã (CDU), de Merkel.

Apesar da ascensão na popularidade, o modo como Merkel vem gerenciando a crise de refugiados tem poucos simpatizantes na Alemanha. Dos entrevistados, 59% não estão satisfeitos com a política de imigração adotada por Berlim, em comparação com os 39% que estão satisfeitos ou muito satisfeitos.


Merkel conta com o apoio da maioria dos eleitores da CDU, com 55% deles aprovando o curso adotado por ela nas questões referentes a asilo e refugiados. Entre os simpatizantes do parceiro de coalizão do governo, o Partido Social-Democrata (SPD), 44% são favoráveis à política de refugiados de Merkel.

Surpreendentemente, os maiores apoiadores da líder alemã são membros do eleitorado do Partido Verde, da oposição: cerca de 67% deles estão satisfeitos com a forma como Berlim está lidando com a questão migratória.

Vergonha da xenofobia

Ao mesmo tempo, 83% dos entrevistados disseram sentir vergonha diante dos atos violentos contra refugiados registrados no país. Apenas 34% acham que as autoridades estão protegendo estrangeiros suficientemente, enquanto 58% querem ver uma melhora na segurança para os migrantes.

Para 76% dos 1.005 homens e mulheres ouvidos na pesquisa, políticos deveriam condenar mais veemente os ataques contra refugiados.

Explicando a discrepância entre o apoio a Merkel como chanceler federal e sua política de refugiados, a ARD alegou que, apesar de ser fortemente tematizada nos meios de comunicação, a crise migratória ainda não afeta o cotidiano das pessoas. Questões como emprego e condições econômicas são mais importantes para os cidadãos, segundo a emissora.

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