Além dos muitos escândalos de corrupção que protagonizou nos últimos treze anos, o Partido dos Trabalhadores continua pecando por não combinar antecipadamente os discursos vociferados por seus próceres. O que faz com que as mentiras petistas ganham repercussão imediata. E a mais nova confusão surge no vácuo que surgiu entre a entrevista concedida por Luiz Inácio da Silva após a Operação Aletheia, 24ª fase da Operação Lava-Jato, e o apartamento de cobertura alugado em São Bernardo do Campo, no Grande ABC.
Na entrevista concedida após prestar depoimento à Polícia Federal na esteira da Aletheia, Lula, ex-presidente da República e investigado por supostamente ter se beneficiado com pagamentos feitos por empreiteiras do Petrolão, disse que suas palestras lhe rendem muito dinheiro.
De acordo com a força-tarefa que investiga o esquema de corrupção, a empresa LILS, de propriedade de Lula, recebeu, entre 2011 e 2014, R$ 21.080.216,67, sendo que R$ 9.920.898,56 vieram dos cofres de Camargo Correa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão, todas na mira dos investigadores.
Lula, abusando do seu estilo bufão, mas sem esclarecer os fatos, tentou, sem sucesso, explicar o alto preço que cobra por suas palestras, as quais não têm qualquer registro em áudio ou vídeo.
“Ninguém queria que eu discutisse sexo dos anjos. As pessoas queriam que o Lula falasse das coisas que fez no Brasil. Que milagre fez para aprovar o Prouni, o Fies, para levar energia a 15 milhões de pobres nesse país”, disse o petista durante a entrevista concedida na sede do PT, em São Paulo.
“Por isso me transformei no conferencista mais caro do mundo junto com o Bill Clinton [ex-presidente dos EUA]. Várias empresas que agenciam professores, todo mundo queria me empresariar. Aqui no Instituto, quem vai empresariar somos nós do Instituto. E quando vai cobrar vai cobrar igual o Clinton”, afirmou Lula.
Pelo que consta, Lula cobra US$ 200 mil por palestra, ou seja, R$ aproximadamente 800 mil. Ora, se a cobertura alugada por Lula, no mesmo prédio em que mora, em São Bernardo do Campo, custou R$ 500 mil ao atual proprietário, Glaucos Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, investigado e preso na Lava-Jato, não há explicação para o fato de o ex-presidente ter deixado de adquirir o apartamento pelo valor correspondente a pouco mais de meia palestra.
Essa “estória” da cobertura alugada por Lula é mais um capítulo do maior escândalo de corrupção de todos os tempos, o qual precisa ser investigado de forma rigorosa, com direito a mandar à prisão todos os envolvidos no esquema que dilapidou os cofres da Petrobras.
